Governação “Rabentola” em Santiago Norte. Onde estão os resultados? (IV)
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Governação “Rabentola” em Santiago Norte. Onde estão os resultados? (IV)

Nunca é demais relembrar que nas eleições de 2016, Ulisses Correia e Silva, havia prometido alavancar a Região, concretamente com: 1) criação de um Parque Tecnológico de Agropecuária e 2) aumento da exportação para a mercado nacional e turístico. Os eleitores votaram porque acreditaram nessas promessas, que ele mesmo Ulisses transformou em compromissos logo na noite eleitoral, quando agradecia aos cabo-verdianos por terem acreditado nele e no seu MpD. Desde aquela noite, ninguém mais do sistema MpD falou do Parque Tecnológico de Agropecuária e muito menos do aumento da exportação para o mercado nacional.

O Ulisses Correia e Silva, após ganhar as legislativas em 2016, ABANDONOU a Região de Santiago Norte, porque ABANDONOU o Campo.

E, não cansarei em repetir: Santiago Norte é uma das maiores regiões do país, composta por 6 municípios, com uma população estimada em 121 mil pessoas, e portadora de grandes potencialidades nos domínios da agricultura e pecuária, setores esses estratégicos no processo de desenvolvimento da Região e do país.

Por isso, pergunto: o que é que o governo de Ulisses Correia e Silva fez para o maior potencial económico de uma região que alberga 121 mil almas?

1.      Falando da agricultura, apesar dos programas e projetos de captação de água subterrâneas e superficiais herdados da governação anterior, o governo liderado por Ulisses Correia e Silva não conseguiu desenvolver uma única ação para alavancar a agricultura e transformá-la numa atividade económica geradora de riqueza e do emprego. As grandes bacias hidrográficas da região foram abandonadas. O programa de mobilização de água e modernização da agricultura não passaram de conversa fiada.

2.      Na pecuária, a situação é pior. Não se conhece qualquer programa ou projeto para este setor. O governo age como se os criadores não existissem, não há crédito, não há qualquer suporte institucional para responder à demanda que os afligem.

3.      O programa de mitigação da seca foi uma mão cheia de nada. Com efeito, esse programa, se é que foi um programa, não apoiou os agricultores e produtores, não ajudou a salvar o gado e muito menos a mobilizar mais água para a agricultura, apesar de o governo ter bazofiado que recebeu 10 milhões de dólares dos parceiros de Cabo Verde para o efeito.

4.      O campo significa tão pouco para o MpD que reduziu substancialmente os gastos do Estado em relação à agricultura.

Nunca é demais relembrar que nas eleições de 2016, Ulisses Correia e Silva, havia prometido alavancar a Região, concretamente com: 1) criação de um Parque Tecnológico de Agropecuária e 2) aumento da exportação para a mercado nacional e turístico. Os eleitores votaram porque acreditaram nessas promessas, que ele mesmo Ulisses transformou em compromissos logo na noite eleitoral, quando agradecia aos cabo-verdianos por terem acreditado nele e no seu MpD.

Desde aquela noite, ninguém mais do sistema MpD falou do Parque Tecnológico de Agropecuária e muito menos do aumento da exportação para o mercado nacional.  

Na verdade, em quase 5 anos de governação, e no final do mandato, com sete orçamento aprovados e a menos de dois meses das eleições legislativas, não se conhece nenhuma política, nenhum projeto ou programa estruturante de desenvolvimento nestes setores por parte desta governação do MpD e de Ulisses Correia e Silva para a nossa Região.

Efetivamente, passados 5 anos, Santiago Norte não saiu de onde se encontrava, aliás pelo contrário, os indicadores sociais e económicos pioraram com esta governação rabentola; sinal de que faltou visão, faltou projetos e programas de desenvolvimento. E, os sonhos e as potencialidades da Região acabaram sucumbidos pelo peso do descaso e da desonestidade de um governo insensível à demanda coletiva.

A menos de dois meses das eleições legislativas, é tempo de prestação de contas, é tempo de balanço desta governação sem djobi pa lado. E, nenhum governo que se preze consegue sobreviver sem a prestação de contas, sem o balanço da sua governação.

Aliás, qualquer governo digno do nome que ostenta, escancara as portas e partilha com a sociedade, com o povo que o elegeu, os resultados do seu trabalho, as realizações do seu programa, do seu projeto governativo.

E, é o que todos os cabo-verdianos esperavam que acontecesse, passados 5 anos após o empossamento de Ulisses Correia e Silva, o homem que prometeu FELICIDADE aos cabo-verdianos.

Mas não, ao contrário do que se esperava e se espera, Cabo Verde inteiro está a assistir, estupefacto, a um Ulisses Correia e Silva marchando cutelos, montanhas e vales, repetindo as mesmas promessas, os mesmos “vamos fazer”. E, esta postura do presidente do MpD e até aqui primeiro ministro, tem um nome: Desonestidade.

Desonestidade porque não cumpriu com Santiago Norte, não cumpriu com Cabo Verde. Não cumpriu com as famílias e os jovens da Região. Não cumpriu com as promessas, ou melhor, os compromissos feitos para trazer a felicidade e ser o homem solução para a região.

Portanto, urge resgatar a Região, devolver a esperança as famílias e o futuro aos jovens para que, de facto, Santiago Norte seja de Todos e para Todos. Acreditámos que é mais do que urgente um Plano Estratégico para Santiago Norte, com o Agronegócio e o turismo rural na vanguarda! Pois, as 121 mil almas que vivem na região merecem respeito e consideração.

Continua...

 

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SOBRE O AUTOR

Carla Carvalho

Editora e colunista de Santiago Magazine, política, socióloga, professora universitária, pesquisadora em género e desenvolvimento

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