Cabo Verde está a passar por um momento difícil fruto de um Governo fraco. O Governo é, na sua essência, uma manta de retalho, sem unidade e sem direção e com graves problemas de coordenação. E o maior mal de um país é um Governo fraco, porque não consegue impor boas medidas nem fazer boas reformas em beneficio da população.
E olhando para os princípios de boa governação, constata-se que este Governo apresenta falhas graves, senão vejamos:
A administração se tornou um condomínio de parentes, amigos, correligionários e apaniguados, contrariando a promessa de despartidarização da máquina pública. As pessoas inocentemente e na base de boa fé, acreditaram que o MPD, estava a falar a verdade. Nada mais falso. Com eloquência, engenho e arte, o MPD soube passar uma promessa que sabia que nunca iria cumprir. O meu partido é Cabo Verde ficou só no discurso.
O Governo é passivo e condescendente (laissez-faire, laissez-passer) com atos de pouca transparência e mesmo de desfalque em empresas públicas, lideradas por pessoas escolhidas sem critério da competência e probidade. A mesma condescendência tutelar com actos ilegais praticados pelas câmaras municipais da mesma cor politica.
Muitos governantes têm-se revelado arrogantes, e não lidam bem com a critica, mostrando deselegância aos que ousarem fazer apreciações e apresentar criticas. Outrossim a comunicação social pública é instrumentalizada, o que desqualifica e descredibiliza o serviço público prestado, afetando a democracia.
O Governo não é transparente porque não divulga as informações e dados de negócios de interesse público e não atende tempestivamente às solicitações de informações e documentos da oposição e da sociedade.
Usa demasiada propaganda institucional quando a verba poderia ser usada em campanhas educativas.
Falha no cumprimento dos acordos e compromissos assumidos e desvaloriza reivindicações. Depois do MPD, arriscando tudo para ganhar as eleições, prometer meio mundo às pessoas e às várias classes profissionais, mostra-se surpreso com as manifestações pelo não cumprimento dessas promessas. E não entende que num regime democrático com relativa estabilidade, o Governo está sempre em cheque.
Mais do que malabarismos e propaganda, o que o povo espera são resultados concretos na sua vida e estes têm escasseado com a Governação do MPD. O pior é que não se vislumbra uma saída a curto prazo, confirmado pelo orçamento de Estado para 2018, que está longe de trazer esperança de dias melhores para o povo cabo-verdiano.
Estamos perante um Governo que não transmite confiança a população. O povo está inquieto, sem autoestima e stressado, com uma vivencia sofrível. O Povo quer emprego, qualidade de vida, mais segurança, melhor educação e mais saúde, mas é confrontado com um Governo do MPD sem norte que vem sendo, cada vez mais, parte do problema e menos da solução.
Comentários