Brilhamos na escuridão, mas a paciência está a apagar-se!
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Brilhamos na escuridão, mas a paciência está a apagar-se!

A paciência do povo está por um fio. E, talvez, agora o que precisa ser aceso não sejam apenas os postes e os geradores, mas os corações, com a chama da INDIGNAÇÃO, DA EXIGÊNCIA, DA LUTA POR JUSTIÇA! Porque não basta brilhar por dentro se por fora tudo nos empurra para o silêncio, para o esquecimento, para o escuro. Chegou a hora de dizer BASTA! De exigir respostas reais, ações concretas, mudanças urgentes. Não queremos sobreviver na escuridão. Queremos sobreviver na dignidade. QUEREMOS LUZ! Luz ELÉTRICA, luz na GESTÃO PÚBLICA, luz no RESPEITO pelo CIDADÃO!

Já lá vão dias longos, intermináveis dias mergulhados na escuridão na Cidade da Praia. A cada pôr do sol, a escuridão toma conta das ruas, das casas e dos corações. Os cortes de energia são constantes, impiedosos e a rotina das famílias tronou um teste cruel à resistência de um povo que já carrega tanto.

Viver em Cabo Verde tem sido um fardo pesado e a vida está cara demais. Os alimentos básicos tornaram-se um luxo que nem todos conseguem alcançar. E mesmo quando conseguimos algo para levar á mesa, somos forçados a desligar os frigoríficos e a ver a pouca comida estragar-se diante dos nossos olhos, impotentes, revoltados e tristes.

As noites são abafadas, sufocantes, sem ar. As velas tornaram-se a única luz em muitas casas, mas junto com elas vem o medo. Sim! Medo de incêndios, medo de acidentes, medo de perder ainda mais do pouco que nos resta. Uma moradora desabafa: “Uso velas para iluminar a casa, mas é perigoso. E ela tem razão, viver assim não é apenas desconfortável é desumano. Efetivamente, é um risco à vida, uma afronta à dignidade, uma ferida aberta que teima em não sarar.

Do outro lado, os comerciantes contam prejuízos diários, produtos perecíveis vão para lixo, negócios afundam-se e os clientes desaparecem. Como prosperar na escuridão? Como sonhar se até sobreviver se tornou um desafio?

Mesmo assim estamos a BRILHAR! Mesmo sem luz nas casas, mesmo sem luz nas ruas, continuamos a brilhar. Porque somos feitos de resistência e temos fé! E apesar de tudo, a esperança ainda mora cá dentro. Mas sejamos sinceros que essa esperança está a desvanecer-se.

Efetivamente, a luz que carregamos dentro começa a apagar-se. Não porque somos fracos, mas porque estamos exaustos!

O povo está a pagar caro por um serviço que falha todos os dias. Um serviço que nos deixa às escuras, literalmente e no sentido mais profundo da palavra.

Não é justo! Não é digno! Não é aceitável!

A paciência do povo está por um fio. E, talvez, agora o que precisa ser aceso não sejam apenas os postes e os geradores, mas os corações, com a chama da INDIGNAÇÃO, DA EXIGÊNCIA, DA LUTA POR JUSTIÇA! Porque não basta brilhar por dentro se por fora tudo nos empurra para o silêncio, para o esquecimento, para o escuro.

Chegou a hora de dizer BASTA! De exigir respostas reais, ações concretas, mudanças urgentes. Não queremos sobreviver na escuridão. Queremos sobreviver na dignidade.

QUEREMOS LUZ! Luz ELÉTRICA, luz na GESTÃO PÚBLICA, luz no RESPEITO pelo CIDADÃO!

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