Segredo de justiça. Autoridades mandam efectuar buscas na casa de procurador e de inspector-chefe da PJ

Sociedade

Foram feitas buscas, esta quarta-feira, 12, nas residências do procurador da República, Ary Varela, e do inspector-chefe da Polícia Judiciária, João Emílio, relacionadas com as investigações da Procuradoria Geral da República sobre violação do segredo de justiça no processo da morte de Zezito denti d’Oru, cuja operação foi liderada por Paulo Rocha, então director adjunto da PJ e actual ministro da Administração Interna.

As buscas aconteceram esta manhã e foi presidida pela juiza-desembargadora, Helena Barreto, e contou com o apoio técnico e operacional do procurador geral da República, Luis José Landim, o procurador da República, Vital Moeda (detentor do processo), e uma equipa de seguranças da PN, alegadamente constituída, segundo as nossas fontes, exclusivamente pelo ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, curiosamente, suspeito neste processo que a averigua a morte de Zezito Denti d’Oru, em 2014, no bairro de Cidadela.

Nenhum elemento da PJ esteve presente nesta operação, vista por uma fonte de Santiago Magazine, como uma afronta ao inspector-chefe, João Emílio, e ao procurador Ary Varela, que estava a investigar esse caso, até ser-lhe retirado o processo para entregar a Vital Moeda – outros procuradores já tiveram esse processo em mãos, Hochimin, Óscar Tavares e Isaías, por exemplo.

Nas buscas, feitas pouco tempo depois de o MP constituir três inspectores-chefe da PJ como arguidos na investigação à morte de Zezito denti d'Oru, os policiais levaram equipamentos informáticos – computadores de serviço do procurador, disco rígido e telemóveis – que acreditam conter informações que devem ser recuperados pelas autoridades, a fim de não serem divulgados.

Sabe este jornal que Ary Varela, que é membro do Conselho Superior de Magistratura do Ministério Público, estará a preparar uma comunicação ao país nas próximas horas, para abordar este assunto que faz manchete neste início de ano em Cabo Verde.

Artigo anterior

Presidente da República considera que imprensa não comete qualquer crime quando tem acesso aos dados e os publica

Artigo Seguinte