O presidente da Câmara da Praia, Francisco Carvalho, traçou hoje o objetivo de relançar “em grande estilo” o Carnaval na capital cabo-verdiana em 2024, festa que esta noite levou milhares de pessoas à rua após dois anos de ausência.
“O que nós podemos garantir melhor é para o próximo ano. Vamos trabalhar de forma afincada para melhorar as condições de preparação dos grupos, para fazer com que os grupos comecem a pensar numa perspetiva de longevidade, de sustentabilidade, de terem infraestruturas para prepararem-se bem”, explicou o autarca, em declarações aos jornalistas durante o desfile que levou a festa novamente à Avenida Cidade de Lisboa, de novo com um ‘sambódromo’ improvisado.
A última vez que o Carnaval, a maior festa popular de Cabo Verde, saiu à rua foi em fevereiro de 2020, seguindo-se dois anos de interrupção devido às restrições da pandemia de covid-19 em todo o país, que só agora permitiram a retoma da festa.
Entretanto, Francisco Carvalho foi eleito pela primeira vez presidente da câmara da capital em outubro de 2020, pelo que este é o primeiro Carnaval que organiza: “É sobretudo um relançamento. É o nosso ano de estreia na Câmara Municipal em termos de Carnaval. Nós fizemos um esforço muito importante, atribuímos um apoio de milhão de escudos [9.100 euros] para cada grupo [quatro oficiais], dando um sinal da nossa vontade de ter, sim, um Carnaval de qualidade, cada vez melhor aqui no município da Praia”.
“Para um lançamento que vai ser, sim, a partir do próximo ano, em grande estilo”, garantiu ainda.
A prioridade, assumiu o autarca, é criar condições em conjunto com os grupos no Carnaval do próximo ano.
“Há toda uma programação que tem que se fazer, de formação para todos os que participam no Carnaval. Dos dirigentes, dos fazedores de música, dos fazedores de andores, de fazedores de trajes, toda essa preparação tem que ser com formação ao longo de todo o ano. Há necessidade de uma planificação do desenvolvimento dos trabalhos, elaboração dos projetos, angariação dos patrocínios e iniciação dos trabalhos propriamente dito”, explicou.
“Tudo isso tem de ser organizado com antecedência”, sublinhou, reconhecendo que a importância de os grupos terem estaleiros para a confeção dos andores e dos trajes para os desfiles.
“Não têm condições, é em casa dos familiares, praticamente na casa do presidente. Então, isto não pode continuar assim se nós queremos desenvolver o Carnaval na Praia. Vamos apostar em infraestruturas, em espaços, para a confeção dos andores, em espaços para a confeção dos trajes”, rematou.
O desfile de Carnaval na Praia iniciou-se ao final da tarde, com grupos de 'mandingas' e de guineenses radicados em Cabo Verde, prosseguindo noite dentro com os quatro grupos oficiais em concurso, casos do “Vindos do Mar”, “Sambajo”, “Bloco Afro Abel Djassi” e “Vindos d’Africa”.
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