O governo reage em comunicado ao Editorial de Santiago Magazine, escrevendo que “o conceito de narco-Estado é tudo menos o que Cabo Verde representa, pois, em nenhum momento da sua história Cabo Verde, enquanto Estado, compactuou, foi complacente ou se aproveitou do tráfico de drogas e dos seus vários crimes conexos”.
Já não era sem tempo. Diz o ditado popular que quem cala consente. Ora, o governo finalmente falou, não consentido com informações que chegam de fora, concretamente da Europa e que pretendem alocar o país ao tráfico de drogas e consequentemente ao mundo do crime organizado.
Para o governo de Ulisses Correia e Silva, Cabo Verde não só não é um Narco-Estado, como tem assumido uma posição de combate permanente a este male que tem fustigado sociedades um pouco por todo o mundo.
“Poucos países do mundo, se analisados no que se refere à sua população e o seu território marítimo, tem feito mais apreensões de droga e detido mais criminosos, nacionais e estrangeiros”, defende o governo, acrescentando que “qualquer pesquisa minimamente séria, a sites de notícias dos últimos 20 anos, dá conta disso mesmo, num país que tem estado sempre alinhado com as melhores práticas internacionais, que tem uma rede de parceiros internacionais a que recorre, e que recorrem ao país, no esforço conjunto de combate à Criminalidade Transnacional Organizada”.
Confira aqui a nota do governo.
“A propósito de uma publicação digital posta a circular com a referência “London Daily Post: 'Luxembourg invests in Cape Verde - Newest African Narco-State'”.
Considerando a sua reprodução e tratamento nalguma imprensa, nacional e internacional, o Governo de Cabo Verde comunica o seguinte:
1. Não é a primeira vez que artigos da mesma natureza são publicados e reproduzidos com intenção deliberada de atingir e manchar a imagem e a credibilidade de Cabo Verde, associando o país ao narcotráfico.
2. A peça jornalística dada à estampa é de uma profunda falta de respeito à verdade e ao percurso histórico do país, reconhecido internacionalmente por todo o tipo de parceiros nacionais e internacionais, inclusivamente, o Reino Unido.
3. A única fonte do artigo é, também ela, uma peça baseada em falsidades e prejudicial à imagem do país e sem qualquer respeito, por outro lado, à necessidade do contraditório, quando se pretende atribuir a Cabo Verde, o epíteto totalmente inapropriado, de Narco-Estado.
4. O conceito de narco-Estado é tudo menos o que Cabo Verde representa, pois, em nenhum momento da sua história Cabo Verde, enquanto Estado, compactuou, foi complacente ou se aproveitou do tráfico de drogas e dos seus vários crimes conexos.
5. Muito pelo contrário, poucos países do mundo, se analisados no que se refere à sua população e o seu território marítimo, tem feito mais apreensões de droga e detido mais criminosos, nacionais e estrangeiros.
6. Qualquer pesquisa minimamente séria, a sites de notícias dos últimos 20 anos, dá conta disso mesmo, num país que tem estado sempre alinhado com as melhores práticas internacionais, que tem uma rede de parceiros internacionais a que recorre, e que recorrem ao país, no esforço conjunto de combate à Criminalidade Transnacional Organizada.
7. Os desafios enfrentados pelo país na vigilância efetiva do seu imenso território marítimo têm sido assumidos com muita seriedade, com o apoio de vários países parceiros e, repita-se, com apreensões sucessivas, que apenas os propositadamente desatentos, podem escamotear, numa tentativa de manchar o bom nome do país, com motivações escusas.
8. O Luxemburgo é, há mais de 30 anos, um parceiro de desenvolvimento de Cabo Verde, assim como vários países da União Europeia bilateralmente, que não apenas tem acompanhado o esforço de melhoria das condições de vida dos seus cidadãos, mas também o nosso comprometimento no combate ao tráfico de drogas, relativamente ao qual, na sub-região, poucos países estarão, nos últimos anos, a fazer mais, para impedir que a cocaína sul americana chegue ao consumidor europeu.
9. A União Europeia, que mantém com Cabo Verde uma Parceria Especial, dá particular importância às questões securitárias, baseando-se tal parceria num Pilar relativo à Segurança e Estabilidade, assente no reconhecimento que faz da importância do arquipélago na manutenção da segurança da Europa e do nosso papel no enfrentamento da criminalidade internacional.
10. Basta consultar as várias notícias e relatórios da ONUDC, dos últimos 15 anos, para se chegar à conclusão das intenções maquiavélicas dos produtores de artigos do tipo publicado pelo “London Daily Post”.
11. Cabo Verde é um Estado de Direito Democrático, com uma Justiça independente, com um sistema de segurança comprometido e efetivo e que tem contribuído ativamente para a diminuição da oferta de drogas no continente europeu."
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