Músico Manel di Candinho entrega donativo à comunidade natal
Sociedade

Músico Manel di Candinho entrega donativo à comunidade natal

Manel di Candinho teve a iniciativa e contou com a colaboração de amigos emigrantes da sua povoação para levar, este domingo, 7, uma carrinha de bens alimentícios à pequena localidade de Chaminé, em São Domingos, onde nasceu.

Com mantenhas a abrir e música a fechar, o acto simbólico decorreu num clima de muita amizade e conversas para matar a saudade do ilustre filho de Chaminé, localidade do concelho de São Domingos de onde Manel de Candinho saiu há mais de 30 anos para procurar uma vida melhor na Europa.

Hoje, já famoso e a viver na cidade da Praia, o exímio guitarrista e compositor tomou a iniciativa de criar uma campanha solidária de angariação de produtos alimentares para distribuir a todas as 20 famílias que vivem na pequena e pobre localidade de Chaminé, onde também nasceram outras figuras de destaque como Codé di dona ou Mano Mendi (fabricante e tocador de cimboa).

“É uma forma de retribuir o carinho que sempre tive aqui, de modo que esta ajuda simboliza a amizade que temos para com as gentes desta localidade, Chaminé, nosso cutelo”, considerou Manel de Candinho na hora de entregar a cada chefe de família uma ajuda em produtos alimentares em que estavam incluídos um saco de milho, um saco de arroz, feijão, óleo e açúcar.

Para juntar tudo isso, o músico contou a colaboração de emigrantes de Chaminé e outros amigos, que quiseram contribuir para amparar essas famílias numa altura em que, por imposição da Covid-19, os rendimentos caíram e as necessidades aumentaram.

Manel de Candinho, que se fez acompanhar nessa missão pelo também músico sãodominguense, Bernardino Fernandes (Pitchiu), garante que este gesto solidário terá continuidade, através de outras campanhas para apoiar e ajudar os mais necessitados da sua comunidade natal, localidade que diz não esquecer.

Compositor, produtor, cantor e instrumentista, Manuel di Candinho iniciou a carreira musical em 1978, num agrupamento animador de bailes populares locais. Ainda muito jovem, Manuel di Candinho começou a escrever as primeiras composições, versando a vida social da época e algum romantismo. Com a emigração para Portugal, em 1982, enceta a profissionalização na música. Nessa altura, a sua perícia com a guitarra era já reconhecida, ao ponto de ser considerado um dos principais guitarristas da música cabo-verdiana.
 
Vivendo três anos em Lisboa, Manuel di Candinho tocaria nos principais espaços africanos da capital portuguesa. Em 1985, é convidado para liderar um grupo musical cabo-verdiano na Holanda e, na sequência da mudança para os Países Baixos, torna-se um dos grandes embaixadores da música cabo-verdiana além-fronteiras, apoiando jovens guitarristas e músicos. Com várias digressões pelos principais palcos de world music do mundo, teve oportunidade de acompanhar gente célebre e actuar a título próprio, vindo a coordenar artisticamente alguns trabalhos de Bana, Celina Pereira, Ildo Lobo, Djosinha, Titinha, Jorge Sousa, Cesária Évora e Gardénia, entre muitos outros. Além do trabalho de produção, é também requisitado regularmente como compositor, totalizando algumas dezenas as suas participações em discos de outros artistas. Em abril de 2002 lanou o seu álbum Alma & Som.



 

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