
...a problemática social está, sim, profundamente ligada a estrutura familiar, não no sentido de culpar a família, mas de compreender que ela é o primeiro espaço de formação social. Para reduzir as mazelas sociais, é imprescindível fortalecer as famílias por meio de políticas publicas de apoio psicológico, educacional e económico, além de promover uma cultura de diálogo e corresponsabilidade. Somente quando o estado, a escola e a família atuarem de forma integrada será possível construir uma sociedade mais equilibrada, empática e justa.
As problemáticas sociais, como a violência, uso de drogas, o desemprego e a exclusão, são reflexos complexos de um conjunto de fatores económicos, culturais e afetivos. No entanto, entre esses elementos, destaca-se a importância essencial da estrutura familiar. A família é o primeiro espaço de convivência e aprendizado do ser humano, nela que se constroem os valores morais, afetivos e sociais que orientam o comportamento individual e coletivo. Assim sendo, compreender a crise das estruturas familiar e compreender também boa parte das raízes dos problemas sociais contemporâneos.
Nas últimas décadas, a sociedade tem passado por transformações profundas. A urbanização acelerada, a precarização do trabalho e as novas formas de convivência alteram o modo como as famílias se organizam. Entretanto, muitos lares enfrentam instabilidade emocional, ausência de diálogo e fragilidade de vínculo, o que repercute diretamente na formação das crianças e adolescente.
Segundo o sociólogo Émile Durkheim, o individuo é produto do meio social. Quando o núcleo familiar se fragiliza, o sujeito tende-se apresentar dificuldades de socialização, a carência afetiva e falta de referência moral. Esses fatores, em conjunto podem favorecer comportamentos de risco e ampliar a vulnerabilidade como abandono escolar, criminalidade e dependência química. Além disso, as desigualdades económicas agravam o problema.
A família com baixa renda e acesso limitado á educação, leva com que o ambiente doméstico poderá se tornar um espaço de tensões e frustrações, reduzindo a capacidade dos pais de oferecer acompanhamento emocional e educacional adequado. Nesta ótica, a desestrutura familiar não é apenas uma questão individual, mas um reflexo das próprias falhas do Estado em garantir condições mínimas de dignidade e suporte social.
Por outro lado, é importante reconhecer que a diversidade de modelos familiares não é, em si, o problema. Contudo, as famílias monoparentais, reconstituídas ou formadas por casais homoafetivos podem oferecer ambientes estáveis e afetivos, desde que baseados no respeito e na responsabilidade. O ponto central não esta na forma da família, mas na qualidade de vínculos e na presença afetiva de cuidado, afetos e valores éticos.
Portanto, a problemática social está, sim, profundamente ligada a estrutura familiar, não no sentido de culpar a família, mas de compreender que ela é o primeiro espaço de formação social. Para reduzir as mazelas sociais, é imprescindível fortalecer as famílias por meio de políticas publicas de apoio psicológico, educacional e económico, além de promover uma cultura de diálogo e corresponsabilidade.
Somente quando o estado, a escola e a família atuarem de forma integrada será possível construir uma sociedade mais equilibrada, empática e justa.
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