Será que sou o único sanvicentino inimigo da sua ilha estimada? Ou sou o único mindelense que vê com bons olhos o desenvolvimento da ilha do Monte Cara?
Dói-me a ingratidão de pessoas, que por razões circunstanciais desempenham ou desempenharam cargos de responsabilidade na vida política de Cabo Verde, aproveitam dessa situação, de fragilidades, ingenuidade e limitação socioeconómica de uma grande parte das nossas gentes, para as usar de forma mais ignóbil e miserável possível, provocando-as ablepsia ainda que temporário com mentiras e falsidades.
O que mais me molesta é ver políticos com ligação umbilical a S. Vicente, conscientes que os cargos que ocupam neste ou qualquer governo são conjunturais e que os males que fazem a ilha de morabeza são por vezes irreversíveis, continuam a ter esse comportamento de a lesar, sonegando factos reais quer do passado, como do presente, com o único intuito de desresponsabilizar o seu partido a troco do bem-estar e de benesses pessoais a custa da dor e do sofrimento dos nossos conterrâneos e da sua ilha.
Apesar das constatações por mim introduzidas na inserção deste artigo, elas não vão incidir-se na inconsideração e incoerência de alguns políticos mindelense, visto que a ilha de Monte Cara é muito mais importante do que qualquer um deles. É preciso ter em conta que S. Vicente não sucumbiu em 1977 e nem a sua reconstrução iniciou-se em 1981. Devemos estar cientes que as gerações passam, o legado e as obras prevalecem no tempo através dos quais a história nos ajuízam. De certeza que Cabo Verde e S. Vicente resistirão as intempéries e a corrosão exaltados pelos astuciosos, como pelo progresso reconhecido aos patriotas.
Este meu artigo centraliza-se sim, na ingratidão daqueles que congratulam com o abandono e o desconchego da ilha. Para quem conhece S. Vicente nas diferentes etapas da sua história, portanto desde a época colonial, passando pela independência nacional no regime monopartidário até à democracia, saberá diferenciar os que fizeram alguma coisa e esforçaram para que nas diferentes etapas deram o seu melhor para que S. Vicente progredisse, apesar das limitações em cada período. Sou um paicvista convicto e um sanvicentino de gema que ama a sua ilha e que deseja sempre mais e melhor para ela, e que nunca, jamais enjeita a sua ilha em benefício próprio ou de qualquer grupo, partido ou interesse.
Pôr os governos do PAICV e do MpD em pé de igualdade no concernente ao desenvolvimento e defesa dos superiores interesses de Cabo Verde é uma injustiça de bradar aos céus e uma iniquidade gritante. Aliás, a pratica nos tem ensinado que a sina do PAICV é construir, desenvolver e melhorar para a maldição ventoinha destruir e agravar. O Movimento para a Destruição (MpD) o seu lema é vender e vender tudo, para ter dinheiro e enriquecer os umbigos dos melhores filhos desse partido/movimento.
Para os ventoinas quando pior melhor. Não se preocupam com as reivindicações e nem com o padecimento dos cabo-verdianos, são piores que alguns partidos de direita radical da europa. Não lhes importam a parte social e humana da população. É de uma malignidade terrível e de alguma amnésia frustrante quando percebemos que a vontade do rabentolismo é contagiar e envenenar aos nossos conterrâneos, em especial aqueles que vivem na terra longe, incitando-lhes um sentimento de ódio, rancor e desilusão para com aqueles que fizeram das intempéries e dificuldades força, recursos e esperança de uma vida melhor nessas ilhas afortunadas. Por isso que, enquanto um observador atento, desafio aos sanvicentinos a desconsiderarem a bondade e a futilidade daqueles que desvalorizem as realizações feitas pelo PAICV na ilha de Monte Cara de 2001 a 2015, sabendo que na década de noventa não fizeram nada de relevante e desde que tomaram os destinos do país em 2016 só o têm afundado.
Como prova da honestidade de um militante do partido de “Estrela Negra” comprometido com Cabo Verde e minha lealdade a S. Vicente comprometo-me a entregar o cartão de militante do meu partido caso qualquer pessoa ou órgão de comunicação social conseguir atacar alguma das realizações por mim inumeradas infra e concretizadas pelo partido de Cabral em S. Vicente, ao longo dos dois mandatos que estiveram à frente de Cabo Verde. As minhas memórias são fixadas através de jornais e dos rádios locais.
Caros leitores, o governo do PAICV durante as diferentes etapas que esteve no poder, efetivou um manancial de realizações a fim de promover e desenvolver S. Vicente quer ao nível social e económica. Por exemplo em 2001 o governo de Cabral asfaltou as ruas do Mindelo, remodelou e ampliou a Escola Técnica, construiu de raiz as escolas secundárias “Jorge Barbosa” e “Maderalzinho”, para além de muitas outras iniciativas para desenvolver e dignificar S. Vicente, como a mudança do Tribunal da Comarca de S. Vicente para o Palácio do Povo durante a construção do novo palácio de justiça, conclusão da terceira fase do projeto de saneamento do Mindelo abrangendo cerca de noventa por cento da Ilha e a edificação do Aeroporto Internacional “Cesária Évora”.
Para diminuir o desemprego em S. Vicente uma das mais altas do país e acabar com o mito que a ilha de Monte Cara não é uma ilha agrícola, concomitantemente beneficiar a população mais desfavorecida e diminuir a dependência da ilha no que diz respeito a produtos agrícolas, um dos caminhos escolhidos é a criação de lotes de terreno para a agricultura como aconteceu em "Txon D'holanda" em Ribeira de Vinha. Relançou-se a Frescomar que emprega, hoje, mais de mil trabalhadores.
Uma outra preocupação do PAICV durante a sua administração foi alavancar o turismo na ilha de Monte Cara. Das várias ações realizadas, destacamos a viabilização de construção do empreendimento turístico de João de Évora, os grandes investimentos ao nível de energia e água, com reforço substancial nas suas produções com a entrada em funcionamento da nova Central do Lazareto e o reforço da energia eólica, a melhoria do sistema de saúde com a nova delegacia de saúde, a modernização e alargamento das vias rodoviárias do Mindelo com asfaltagem da última geração, como a via de acesso norte do Porto Grande e ampliação da Laginha e a construção de uma moderna infraestrutura de frio junto do Porto Grande, enfim são um rosário de realizações, de muitos que ainda precisam ser feitas e que vêm contribuindo para a melhoria e de S. Vicente e dos sanvicentinos.
Estou esperançoso que neste manancial de míopes rabentolas, apareça alguém sério, integro, com coragem, personalidade e que ame S. Vicente para inventariar o que os vários governos centrais ventoinha não fizeram e que podiam e deviam ter feito, tendo em conta o jeito que a população desta Ilha de morabeza lhes tem dispensado nas diferentes eleições realizadas em Cabo Verde.
Aproveito para alertar os menos atentos que a tão ventilado e propalado projeto de porto de águas profundas projetado para S. Vicente e que o MpD vem fazendo a sua bandeira para S. Vicente é de outra senhora. Encontraram os estudos já realizados, o projeto em fase de execução, faltando apenas o mais difícil que é o financiamento.
USA, 10/7/2019
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