O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, afirmou, hoje, no acto de assinatura do contrato de concessão com a Inforpress, que investir nos órgãos de comunicação social é investir na democracia, nas liberdades e na boa governança.
Ulisses Correia e Silva explicou que este contrato de serviço noticioso, assinado entre o Estado de Cabo Verde e a Agência Cabo-verdiana de Notícias (Inforpress), e que se traduz no aumento da indemnização compensatória, enquadra-se no reforço de meios e as condições de funcionamento para que a instituição continue a prestar um serviço público de qualidade com imparcialidade, rigor e pluralismo.
“Este é um investimento na democracia, nas liberdades e na governança. Sempre que empoderarmos os órgãos da comunicação social que têm um papel importante, neste caso a Inforpress, porque é um a agência noticiosa que produz notícias, difunde e alimenta o sistema de comunicação social, estamos assim a fazer um investimento na democracia”, sustentou.
O chefe do Governo salientou que por se tratar de um órgão que é público e que tem a responsabilidade de alimentar os outros de comunicação social, quer nacionais quer estrangeiros, as responsabilidades são acrescidas.
“Uma das prioridades do serviço público é proporcionar aos cidadãos do país e na diáspora informações orientadas pelos princípios do pluralismo, rigor e imparcialidade e isenção. E quando se trata de serviço público a responsabilidade em relação a estes princípios são absolutas”, realçou.
“O sector privado pode enveredar por vias que entender, salvaguardando a deontologia, seus princípios orientadores, seus próprios princípios editoriais. O sector público tem responsabilidades acrescidas e no contexto onde hoje a comunicação compete num ambiente de muita toxicidade de informação… há necessidade de reguladores e reguladores através da boa comunicação e da boa informação que seja isenta e que faça a diferença”, acrescentou.
Neste sentido classificou o momento de “importante”, já que se trata de um primeiro contrato de concessão de serviço público e informativo e noticioso com a Inforpress, que enquanto agência noticiosa desempenha um “papel primordial” na comunicação social cabo-verdiana.
Segundo o administrador únido da Inforpress, Jair Fernandes, o impacto imediato do contrato reflecte no próximo Orçamento de Estado, com um aumento significativo de cerca de 12 mil contos para a agência, passando dos actuais 60 para 72 mil contos em termos de indemnização compensatória.
Além disso, o contrato também prevê que o Estado injectará aproximadamente 9 mil contos em investimentos na agência ao longo de três anos, com base nos planos de actividades e propostas de investimento apresentados anualmente.
Jair Fernandes anunciou a aprovação de um novo estatuto, um novo PCCS (Plano de Cargos Carreiras e Salários) e falou ainda na actualização do plano de negócios como um instrumento norteador para uma paulatina sustentabilidade económica e financeira da empresa e uma total autonomia institucional.
“Ter uma presença activa em todo o território nacional e na nossa diáspora requer um esforço adicional a nível dos investimentos. Importa neste caso anunciar que na ilha do Sal já dispomos de mais um jornalista e o mesmo será feito ainda nesse segundo semestre para as ilhas do Fogo, Santo Antão e região Santiago Norte”, adiantou.
Conforme indicou para os próximos anos, obedecendo a uma das cláusulas do contrato, serão abertas as delegações ou a contratação de correspondentes para Boston e Nigéria junto à missão da CEDEAO.
Comentários