O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, garantiu hoje que já deu indicações “muito claras” ao novo membro do seu executivo para a Integração Regional, a fim de o país tirar “melhor proveito” da sua pertença à CEDEAO.
O chefe do Governo, que se encontrava de visita ao mercado do Platô para desejar boas festas às vendedeiras, fez estas declarações à imprensa ao ser abordado a respeito das afirmações de Orlando Dias, feitas esta sexta-feira, segundo as quais Cabo Verde “não fez bem o seu trabalho de casa” para garantir a presidência da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental.
Em conferência de imprensa, Orlando Dias, um dos que se disponibilizaram para ser indicado como candidato de Cabo Verde à Comissão da CEDEAO, reconheceu que o país não tem dado a devida atenção à questão da organização sub-regional, apontando nomeadamente “pouca participação” nas reuniões técnicas, assim como nos encontros ao nível de conselhos de ministros.
“Neste momento, o que interessa é ir para a frente. A história já está contada. Fizemos tudo que seria de fazer, dentro do cumprimento das regras, para termos o cargo da Presidência da Comissão e não foi possível, mas a vida continua”, precisou Ulisses Correia e Silva.
Instado se Cabo Verde vai trabalhar no sentido de conseguir a vice-presidência da CEDEAO, preferiu, neste momento, não avançar nada a este respeito, mas foi avançando que o seu Governo vai trabalhar para “estar presente na CEDEAO e com cada vez mais influência”.
“O nosso interesse não é o cargo em si. Só apresentamos a nossa candidatura porque era a vez de Cabo Verde (assumir a presidência da CEDEAO). Queremos que Cabo Verde tenha um estatuto especial e específico na CEDEAO”, comentou o primeiro-ministro, que diz querer que a comunidade seja útil ao país.
Confrontado com as declarações de Orlando Dias que se mostrou disponível para a vice-presidência da Comissão da organização sub-regional, Correia e Silva começou por dizer que “houve muitos equívocos” nesta questão da CEDEAO.
“Este processo de candidatura não era um processo de apresentação de candidaturas de indivíduos”, esclareceu, acrescentando que se tratava de uma candidatura de Cabo Verde e, que, uma vez preenchido o cargo, “abrir-se-ia um processo de indicação de potenciais candidatos à Presidência”.
Segundo ele, “infelizmente, as coisas foram para um caminho que não queríamos e houve quase que uma abertura de campanha eleitoral para o cargo, o que não era o pressuposto”.
Com Inforpress
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