
Ulisses Correia e Silva garantiu hoje, 6, que os manuais de matemática vão ser retirados do mercado. Posição que contradiz a da ministra da Educação que ainda ontem reconfirmava ao país que esses livros escolares iriam continuar, com a inclusão de erratas.
Afinal, o Governo decidiu recuar e mandar retirar do mercado os polémicos manuais de matemática com erros. A medida foi anunciada esta manhã, sexta-feira, 6, pelo primeiro-ministro durante uma visita ao Centro Educativo Miraflores, na Praia.
"O governo já tomou a iniciativa de fazer a reimpressão, tendo em conta que os erros já estão corrigidos", garantiu Ulisses Correia e Silva, acrescentando que “novos manuais vão ser disponibilizados para substituir” os actuais, sem que isso acarrete “encargos para aqueles que já adquiriram" os contestados livros escolares deste ano lectivo.
Segundo o chefe do Governo, a troca dos livros “será feita nos próximos meses, é uma questão de lançar o concurso”. "É fundamental que o projecto do novo programa educativo continue e esta alteração no sistema de ensino e aprendizagem de matemática é para tornar a disciplina mais apelativa, mais fácil e mais eficaz”, esclareceu, adiantando que os manuais vão ser reimpressos, mas levando em consideração as correcções efectuadas.
Este recuo do Executivo, que havia recusado retirar os manuais do mercado - Ulisses Correia e Silva chegou a desdramatizar o caso acusando o críticos de estarem a servir interesses "meramente politiqueiras" -, acaba por desautorizar a própria ministra da Educação, que ainda ontem à noite, durante o Jornal da TCV, onde esteve em directo, reafirmava a manutenção dos livros, tendo reforçado que essa seria a melhor solução. Incluive, Maritza Rosabal anunciou um acordo com a operadoras Unitel T+ e CVTelecom para facultarem via internet a versão corrigida dos manuais.
A governante também referira que estavam já prontas erratas para os manuais e que as mesmas eram destinadas aos professores. A continuidade de Maritza Roabal no Governo estará, nesta altura, por um fio.
Curioso é que este anúncio de retirada dos manuais acontece no mesmo dia que o Ministério da Educação confirma a demissão da directora nacional de Educação, Adriana Mendonça, e de já estar programada para hoje uma manifestação a reclamar precisamente a saída destes livro do mercado. A marcha estava agendada para as 16 horas, mas com esta posição do PM poderá não acontecer.
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