Partido Popular. “Privatização é um recuo ao estado social e não visa o interesse nacional”
Política

Partido Popular. “Privatização é um recuo ao estado social e não visa o interesse nacional”

O Partido Popular (PP) está frontalmente contra o processo de privatização das empresas públicas está sendo implementada pelo Governo de Ulisses Correia e Silva, que classifica de "um recuo do estado sociale não visa o interesse nacional".

Neste contexto, promove hoje, na Cidade da Praia, um debate sobre a privatização das empresas públicas, que segundo o seu líder “não foi uma propostas da campanha eleitoral do partido que suporta o Governo, o MpD”.

Em declarações à Inforpress, Amândio Barbosa Vicente acusa o Governo de não estar a cumprir aquilo que o Movimento para a Democracia (MpD), enquanto oposição havia prometido aos cabo-verdianos.

“A privatização, no fundo, é um recuo do Estado social”, afirmou o líder do PP, acrescentando que, durante as campanhas eleitorais, o MpD se apresentou como um partido “preocupado com o desemprego”, mas que “está a fazer o contrário”, depois de ter ganho as eleições de Março de 2016.

“Em   decorrência das privatizações podem ocorrer mais desempregos”, indicou Amândio Barbosa Vicente, lembrando que o MpD tinha prometido criar nove mil postos de trabalho e 45 mil até ao fim da legislatura e “está a acontecer o contrário”.

Lamenta a “inexistência de uma lei-quadro sobre as privatizações” e a “entrega ao capital estrangeiro o que pertence aos cabo-verdianos”.

“Já se sabe que a principal preocupação do privado é o lucro e o saneamento do pessoal, que leva a mais desemprego”, afirmou.

Diz-se não ser contra a privatização de empresas, como os Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) e a Imobiliária Fundiária e Habitat (IFH), que têm pressão sobre o Orçamento do Estado.

“Não vemos qualquer problema na privatização dessas empresas, com vista a libertar recursos que o Estado pode canalizar para os sectores, como a Saúde e a Educação”, precisou Amândio Vicente, adiantando, porém, que a privatização de empresas rentáveis “não constituem solução para os problemas de Cabo Verde”.

Na sua perspectiva, há “falta de transparência” no processo das privatizações, além de “muita jogada”.

“Não nos podemos esquecer das privatizações que o MpD fez nos anos 90, em que a Empresa Pública de Abastecimento (EMPA), que tinha uma vocação social, foi desmantelada e logo a comercialização do cimento passou para o senhor Carlos Veiga, tio do então primeiro-ministro, Carlos Veiga”,  salientou o presidente do PP, para depois sublinhar que o exemplo de privatização que se fez nos anos 90 “não foi exemplo de transparência  e da salvaguarda do interesse público”.

O debate de hoje vai ser apresentado pelo economista Benvindo Marques dos Reis e dissertará, segundo Amândio Barbosa Vicente, sobre a fundamentação teórica das privatizações.

“É o primeiro debate que vamos promover, mas não queremos ficar por aqui. Continuaremos com campanhas, informando as pessoas”, concluiu.

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