O MpD destacou esta quarta-feira, 24, no Parlamento os ganhos da governação de Ulisses Correia e Silva citando medidas de protecção social, para educação e formação profissional mas, para a oposição, o Governo não cumpriu.
A intervenção da bancada do MpD, feita pela deputada Lúcia Passos, teve como foco o balanço da “governação da IX Legislatura”, tema proposto pela mesma bancada para a última sessão parlamentar desta legislatura.
Rejeitando as críticas do PAICV, durante o debate hoje de manhã, Lúcia Passos lembrou que o executivo ultrapassou a meta estabelecida sobre o Rendimento de Inclusão Social Solidário.
Segundo a eleita nacional, era objectivo do Governo atingir 25 mil famílias com rendimento mínimo de 5.500 escudos, mas já são mais de 29 mil famílias.
Ainda dentro de medidas de protecção social, acrescentou, o Governo pagou mensalidade nos jardins para mais de nove mil crianças no pré-escolar, além de estabelecer a isenção de propinas aos alunos no liceu até 12º ano, evitando o abandono escolar.
“Hoje, para além de vivermos um ano de pandemia e três anos de seca, todas as mulheres que vivem do sector informal, os agricultores e as pessoas que não possuem rendimento, têm filhos na escola porque todas as crianças têm direito igual”, salientou.
Lúcia Passos afirmou ainda que “mais de 24 mil jovens” já passaram por formação profissional e estágios profissionais e que “o Governo trouxe uma nova categoria profissional que são os cuidadores que ajudaram famílias na pandemia, cuidando de idosos, de pessoas com deficiência e auxiliando profissionais de saúde”.
A deputada lembrou ainda da “bonificação de taxas de juro para pessoas com deficiência” que queiram adquirir ou construir habitação própria, o “aumento da pensão social de pessoas idosas para seis mil escudos”, o “alargamento” da pensão “no País e na diáspora” e a “melhoria no sistema de evacuação de doentes” para o estrangeiro.
Por sua vez, o deputado e líder da UCID, António Monteiro, começou por dizer que “não conseguiu acompanhar o debate, no período de manhã, porque a problemática dos transportes não permitiu já que estava a viajar do Fogo para a cidade da Praia”.
Mas, conforme o deputado, a UCID “não faz uma boa análise” da governação de Ulisses Correia e Silva, porque “a boa vontade” que o primeiro-ministro teve “não chegou para resolver as questões do País”.
“Prometeu melhorar o emprego, não conseguiu, prometeu resolver os problemas de transportes aéreos e marítimos, não conseguiu, prometeu não injectar dinheiro em instituições ou empresas que poderiam pôr em causa a tesouraria do Estado, não cumpriu”, exemplificou António Monteiro, para quem a promessa de aumentar a pensão social dos idosos para sete mil escusos “para repor a justiça” social ficou também por cumprir.
Mesma análise teve o PAICV.
A líder do PAICV, Janira Hopffer Almada, questionou se os cabo-verdianos sentiram a “despartidarização” prometida pelo MpD, perguntou ainda se a promessa de “crescimento de 7 por cento (%) ao ano” foi atingida, lembrando que o Governo propalou um crescimento de 5% mas, este crescimento “não teve impacto nem foi inclusivo porque e as pessoas não o sentiram”.
Segundo a mesma, o Governo também não conseguiu atingir a meta dos 45 mil empregos.
“Em 2016, a taxa de desemprego cresceu 15%, 2017 foram destruídos nove mil empregos e em 2018 foram destruídos seis mil”, adiantou, acrescentando que o Governo “aumentou a dívida pública em mais 50 milhões de contos, antes da pandemia, e não deixou nenhuma obra estruturante”.
A presidente do PAICV defendeu ainda que “a saúde está um luxo”, que o “Governo só colocou equipamentos de diagnóstico nos hospitais após as eleições autárquicas”, que “não há política habitacional” e que “a política externa está de rastos”.
Comentários