O PAICV afirmou hoje, em declaração política, que a questão da insegurança no país chegou a um nível “inadmissível”, defendendo a “sadia comunhão institucional “ e união de esforços para a construção de entendimentos necessários no combate a este fenómeno.
A declaração política sobre a questão da segurança urbana em Cabo Verde foi feita pelo líder da bancada parlamentar do PAICV, Rui Semedo, que classificou a segurança como “um dos capitais mais importante” de qualquer sociedade.
Os acontecimentos dos últimos dias, segundo o deputado do maior partido da oposição, quer pela sua frequência, ousadia e quer ainda pelo seu impacto não deixaram ninguém indiferente e mexeram com o sentimento de todas as pessoas no geral, ajuntando que o país vive um momento claro clima de insegurança e ordem pública.
“A situação tornou-se ainda mais grave com o assassinato de um agente da Policia Nacional numa situação com contornos indefinidos, ensombrada por uma série de dúvidas e questionamentos sobre o que realmente terá acontecido”, afirmou, frisando que tem havido muitos sinais de tensão, desencontro e até de alguma crise de relacionamento entre aqueles que deveriam estar de mãos dadas no combate à criminalidade.
No entender de Rui Semedo, a questão da insegurança requer um combate forte e criação de condições para um debate maduro e responsável, visando garantir a participação de todos, no sentido de se construir um país de paz e estabilidade.
Neste sentido, propõe a promoção e garantia de “sadia comunhão institucional” e uma boa relação entre os responsáveis de todos os níveis e de todos os operacionais e a união de esforço com base num “diálogo sério” entre todas as forças políticas, com vista a garantir uma melhor concertação em matéria de segurança.
Por seu turno, o líder da bancada parlamentar do MpD, Rui Figueiredo, afirmou que a questão da segurança preocupa a todos os cabo-verdianos, independentemente das suas filiações partidárias, acusando, no entanto, o PAICV de na sua declaração política instalar o alarme social e a amplificação de ruídos.
“Na sua declaração política, o líder da bancada parlamentar tenta introduzir alarme na sociedade ao transmitir a ideia de que há um caos na organização. Faltou só dizer que cada cabo-verdiano não se entende com outro cabo-verdiano em termos de segurança.
Aquilo que disse é tão exagerado que bateu em todos os níveis de responsabilidade no país para dizer que este Governo não consegue garantir a segurança aos cabo-verdianos”, disse.
A menção da morte do agente policial na declaração política do PAICV, no entender de Rui Figueiredo, “é excessiva”, advogando que trazer este caso, que ainda não está resolvida, para se debater a questão da segurança é exagerada.
Reconheceu, entretanto, que a questão da insegurança urbana em Cabo Verde não está completamente resolvida, lembrando, neste contexto, que para fazer face a essa problemática o Governo já adoptou um conjunto de acções de prevenção e combate à criminalidade.
Por seu lado, o deputado da UCID, António Monteiro, defendeu que a questão da segurança no arquipélago deve ser encarada com muita seriedade, frisando, por outro lado, que é preciso haver noção clara sobre a situação actual do país.
“Somos um país de morabeza e morabeza não rima com crime e muito mais quando estes crimes atingem altas esferas de segurança deste país. E nós não podemos ficar indiferentes por mais que se queira deitar aqui água na fervura, é preciso que todos nós tenhamos essa consciência”, disse, ressalvando que qualquer crime que acontece em Cabo Verde deve ser motivo de preocupação de todos os cabo-verdianos.
Em termos legislativos, está prevista, para esta quinta-feira, a discussão e aprovação de alguns diplomas, como o projecto de lei que cria a Ordem da Liberdade para galardoar os cidadãos que se notabilizaram por “serviços relevantes” em prol da liberdade e democracia.
A proposta de lei que cria o Conselho de Finanças Públicas e a que estabelece as normas que regulam a realização do investimento directo dos emigrantes em Cabo Verde fazem parte do pacote legislativo a ser aprovado pelos deputados, assim como o projecto de diploma que define o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) do pessoal da Assembleia Nacional.
Com Inforpress
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