A Comissão Política Regional (CRP) do PAICV em Santiago Norte avaliou hoje “negativamente” o desempenho do Governo liderado pelo MpD, afirmando que as grandes potencialidades da região não têm merecido qualquer atenção do Executivo durante estes quatro anos.
“O balanço da governação do MpD e de Ulisses Correia e Silva é, definitivamente e completamente, negativo. Santiago Norte é a casa de ¼ da população de Cabo Verde e assiste ao retrocesso dos indicadores sociais e económicos, para o desespero dos jovens e das famílias. Por isso, perguntámos onde está a felicidade prometida para a população de Santiago Norte?”, constatou a vice-presidente da CPR do PAICV, Carla Carvalho.
Esta responsável, que falava em conferência de imprensa hoje em Assomada, Santa Catarina, para pronunciar sobre a situação socio-económica de Santiago Norte e seus desafios de desenvolvimento e para fazer balanço dos quatro anos do Governo do MpD, liderado por Ulisses Correia e Silva, afirmou que “nenhuma das promessas” prometidas nas eleições de 2016 foram cumpridas.
A título de exemplo das promessas não cumpridas pelo Movimento para a Democracia (MpD) para alavancar as potencialidades da região nos domínios da agricultura, pecuária, pesca e turismo, elencou a criação de um Parque Tecnológico de Agropecuária, construção de portos de recreio e de pesca, aumento da exportação para o mercado nacional e turístico e qualificação da cidade de Assomada (Santa Catarina), transformando-a em capital regional.
No sector da agricultura, disse, que até este momento, não se conhece qualquer projecto ou programa deste governo vocacionado para alavancá-la e transformá-la numa actividade económica geradora de riqueza e do emprego.
A título de exemplo, lembrou que as grandes bacias hidrográficas da região estão “completamente abandonadas”, que o programa de mobilização de água, “muito propagandeado” pelo executivo, “não produziu qualquer resultado até este momento”.
No domínio da pecuária, considerou a situação de “pior”, lembrando que os criadores não têm acesso ao crédito, que estes não contam com qualquer tipo de suporte e nem aonde bater, isto porque, sustentou o “governo lhes dispensa atenção mínima”.
No concernente às pescas, considerou a situação “vergonhosa”, sustentando que “não há crédito para os pescadores, não há formação e não há um programa para as pescas”.
Ou seja, ajuntou, que neste sector “ninguém fala” e que o mesmo está sendo “completamente ignorado”.
Sobre a promoção do turismo, em particular do turismo rural, informou que também não se conheceu nenhum investimento e que nem as poucas iniciativas privadas contaram com qualquer suporte do Governo.
Por isso, considerou a visita do chefe do executivo aos municípios da região Norte da ilha de Santiago, que teve como foco o turismo, como “uma mão cheia de nada”.
Relativamente à situação social da população e das famílias, o PAICV revela que a mesma é “cada vez mais difícil”, isto porque, sustentou, “não há emprego, não há esperança”.
Aliás, segundo a mesma fonte os dados mostram que os indicadores sociais e económicos degradaram com a governação do MpD e que com este partido a taxa de emprego diminuiu em todos os seis municípios.
“Assim, fica claro que as grandes potencialidades da região, agricultura, pecuária e pesca, não têm merecido qualquer atenção do Governo. Aliás, estes sectores estão completamente abandonados e alheios ao programa do Governo”, lamentou, pedindo um Plano Especial para “maximizar” todo este potencial da região.
Com Inforpress.
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