A deputada do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV- oposição) Adélcia Almeida disse hoje que aquela força política constatou no terreno que a população tem vivido de forma condicionada pela criminalidade na cidade da Praia.
Estas declarações foram proferidas à imprensa no bairro de Safende, cidade da Praia, à margem de visitas de preparação para o debate parlamentar desta quarta-feira, 11, com o ministro da Administração Interna e que visaram recolher subsídios da população sobre a questão da segurança na cidade da Praia.
“Estivemos na comunidade de Calabaceira e agora vamos nos reunir com as forças vivas da comunidade de Safende para, sobretudo, entendermos este fenómeno da violência, vermos como é que as pessoas estão a viver… As pessoas estão a viver numa situação de medo, estão atormentadas e toda essa situação está a condicionar as suas vidas económica, social, religiosa e, em certos momentos, inclusive, a sua vida cultural”, disse a parlamentar.
Além de números, disse Adélcia Almeida que o PAICV tem a percepção da população de Cabo Verde em relação à insegurança.
“É só vermos o medo que as pessoas que vivem fora da Praia têm de dirigirem à Praia para tratar de qualquer assunto, quer de outras ilhas quer da população que vive na diáspora e noutros municípios da ilha de Santiago”, frisou.
O PAICV, disse, também tem constatado “todos os dias” na Comunicação Social, nas redes sociais e em outras esferas da comunicação, situações de violência, de mortes, sobretudo de jovens.
“Nós temos situações de roubo, furto, de crianças que se deslocam à escola e que são assaltadas, de pessoas que se recusam a trabalhar à noite porque são assaltadas, de escolas que são vandalizadas e são atacadas por grupos rivais e situações de casa de emigrantes que são vandalizadas e assaltadas”, completou.
“Nós temos uma percepção muito forte de violência na cidade da Praia”, disse, completando que o PAICV está aberto a discutir com o Governo, que é a entidade que dispõe de recursos e é responsável pela definição de políticas públicas em matéria de segurar, para colaborar naquilo que for necessário e estiver dentro das suas possibilidades.
Conforme afirmou Adélcia Almeida, o PAICV entende que tais medidas têm que ser interdisciplinares e que exigem uma intervenção de vários sectores, pelo que o PAICV está aberto, dentro das suas possibilidades e responsabilidades, para colaborar com o Governo nesta matéria.
“Colocar mais policiais nas ruas é uma medida que nos agrada, entretanto nós constatamos nas comunidades, através de relatos de pessoas, que as polícias estão, sobretudo, nas zonas mais à frente, nas estradas, que não entram dentro das comunidades. Esta é uma questão que nós vamos colocar ao Governo. Nós constatamos sim, que há mais policiais, mas não entendemos que esta é uma situação que não se resolve apenas com a intervenção e com a colocação de mais polícias “, prosseguiu.
Adélcia Almeida afirmou ainda que o PAICV acha e considera que é necessária uma política de prevenção, com políticas sociais sistemáticas, articuladas e bem definidas, com um plano de seguimento e avaliação “consistente”, mas que também é preciso políticas de reinserção social, que vão ao encontro das necessidades dos jovens.
“Políticas que vão desde o combate à venda e consumo de álcool e drogas, passando pela habitação e pela assistência às famílias para que estas tenham capacidade de prestar a educação desejada aos seus educandos”, concluiu.
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