O PAICV acusou hoje o Governo de fazer oposição à Câmara Municipal da Praia, de “bloquear” a acção camarária fomentando uma “relação de hostilidade”.
Estas considerações vieram na voz do presidente do PAICV, Rui Semedo, à margem de uma visita realizada hoje ao presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, na sequência do acto de busca à edilidade.
O Governo não tem de ser nem fazer oposição à câmara municipal. Tem de ser um parceiro para a câmara municipal e não deve, em nenhum momento bloquear, condicionar e dificultar a acção da câmara municipal”, criticou, frisando que a qualidade da democracia, também é avaliada com a qualidade da cooperação e colaboração institucional entre o poder central e o poder local.
Neste caso, segundo a mesma fonte, verifica-se uma “hostilidade bastante forte” entre o Governo e a câmara municipal.
“Designadamente, não disponibilizando meios, tentando condicionar a acção da câmara municipal. Isso não é justo, não é legal nem democrático”, censurou, elucidando que a democracia tem dois aspectos que devem andar de mãos dadas, ou seja, a disputa nos momentos eleitorais e a cooperação nos pós-eleições.
No seu entendimento está “a faltar” a cooperação do Governo que “entende fazer oposição” à autarquia local, referindo que Francisco Carvalho “não precisa do Governo para ter ganhos”.
“O Francisco Carvalho é reconhecido como um presidente humilde, trabalhador, honesto, disponível para trabalhar e tem um reconhecimento popular muito forte. Cada solavanco que recebe do Governo reforça as raízes e as suas bases de ligação com os eleitores da Praia”, ressaltou.
Em relação aos casos que envolvem a edilidade praiense, o líder do PAICV estriba-se no adágio popular “quem não deve não teme”.
“A justiça tem o seu tempo. Que se investigue, mas que se aproveite a oportunidade para se investigar também os outros casos. Quem nos deve garantir a isenção, independência, a seriedade da justiça é a própria justiça”, referiu, Rui Semedo, salientando que não se pode pôr em causa estes requisitos fundamentais, isto é, a independência, a isenção e a seriedade da justiça.
“Portanto, é a justiça que cabe cuidar da sua própria imagem para que os cidadãos acreditem nela”, concluiu.
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