Lígia Fonseca quer uma mulher a liderar o parlamento
Política

Lígia Fonseca quer uma mulher a liderar o parlamento

No dia em que se iniciou a iniciativa cívica “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas”, Lígia Dias Fonseca lançou um manifesto pela “urgência e justiça” de ver mais mulheres nos espaços de tomada de decisão. A advogada defende que é tempo de os partidos políticos designarem “mais mulheres para cargos elegíveis nas próximas eleições legislativas de 2026 e, sobretudo, apresentando candidatas para a presidência da Assembleia Nacional”.

A advogada e esposa do anterior presidente da República Jorge Carlos Fonseca, lançou um manifesto nesta terça-feira, 25, onde defende mais mulheres em cargos elegíveis e uma mulher a presidir à Assembleia Nacional

“[escrevi] este manifesto movida pela urgência e justiça de ver mais mulheres nos espaços de tomada de decisão do nosso país. É tempo de os partidos políticos assumirem um compromisso real com a igualdade de género, designando mais mulheres para cargos elegíveis nas próximas eleições legislativas de 2026 e, sobretudo, apresentando candidatas para a presidência da Assembleia Nacional”, escreve Lígia Fonseca.

A ex-primeira-dama exorta os partidos políticos “a não apenas incluírem mulheres nas suas listas eleitorais, mas a posicioná-las em lugares verdadeiramente elegíveis, garantindo que a presença feminina no parlamento seja efetivamente representativa” da população do país.

Para Lígia Fonseca, “é necessário que as direções partidárias assumam a responsabilidade de propor mulheres para cargos de liderança, nomeadamente para a presidência da Assembleia Nacional, cargo historicamente ocupado, entre nós, exclusivamente por homens”.

A advogada considera esta realidade “um contra sensu” e cita o marido, o ex-presidente Jorge Carlos Fonseca: “A mulher cabo-verdiana tem sabido sempre esculpir, na fina porcelana do nosso destino, um rosto da Nação”.

Representação é “uma necessidade social”

Ainda segundo a ex-primeira-dama, “a representatividade não é apenas um princípio democrático, mas uma necessidade social”, já que “as mulheres trazem experiências de vida, sensibilidades e prioridades que enriquecem o debate parlamentar e promovem justiça social”, salienta.

Ainda segundo Lígia Fonseca, as mulheres parlamentares “têm sido, em todo o mundo, protagonistas na aprovação de leis e políticas que protegem as vítimas de violência, promovem a educação para a igualdade e garantem direitos fundamentais para todas as pessoas”, pelo que, a advogada defende que “a sub-representação das mulheres no parlamento perpetua desigualdades estruturais e limita a pluralidade de olhares essenciais para uma democracia robusta”, destaca a autora do manifesto.

Reportando-se a afirmações do presidente da República, José Maria Neves, Lígia Fonseca salienta que “a violência baseada no género é uma chaga que atravessa fronteiras, classes sociais e gerações”, pelo que “ter mais mulheres no parlamento é uma das estratégias mais eficazes para enfrentar este problema, porque são as mulheres que, conhecendo na pele a realidade da discriminação e da violência, lideram o avanço de leis e políticas públicas de prevenção, punição e apoio às vítimas”.

Ainda segundo o manifesto, “quando as mulheres ocupam cargos de poder, tornam-se modelos para as novas gerações, quebram estigmas e desafiam o status quo”, porquanto “a sua presença visível e ativa nas estruturas de decisão política é, por si só, uma forma de combate à violência simbólica, à exclusão e ao silenciamento das vozes femininas”.

A advogada considera, por último, que “mulheres deputadas têm maior propensão a colocar na agenda legislativa temas como o assédio, a violência doméstica, o tráfico de pessoas e a proteção das raparigas, assegurando respostas mais eficazes e empáticas”.

Foto: Facebook/Lígia Fonseca

 

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