A ministra das Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação apontou, esta segunda-feira, 8 de abril, as barragens sem água, estradas onde não se circula e casas vazias como exemplos de má gestão das obras públicas que o Governo quer combater.
Eunice Silva falava durante a cerimónia de tomada de posse do conselho de administração da nova empresa pública - Infraestruturas de Cabo Verde (ICV) e do novo presidente do conselho de administração da Imobiliária, Fundiária e Habitat (IFH), que decorreu na cidade da Praia.
Sem especificar as obras, a ministra recordou o “controlo ineficiente” na gestão das obras públicas que terá acontecido nas últimas décadas em Cabo Verde.
Sublinhando que o atual executivo tem uma “nova metodologia na execução das obras públicas”, enalteceu a criação do ICV e o seu papel na gestão das obras públicas “em modo empresarial”.
Eunice Silva manifestou-se contra a gestão negligente das empreitadas financiadas com recursos do Estado e, no final da cerimónia, disse aos jornalistas que defende que “todas as empreitadas das obras públicas sejam concursadas”.
Questionada sobre a queixa que o maior partido da oposição cabo-verdiana (PAICV) apresentou hoje na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o Governo, que acusa de não tomar medidas no caso da barragem de Banca Furada, na ilha de São Nicolau, a governante limitou-se a dizer que esta obra não passou pelo seu ministério.
A construção da barragem de Banca Furada terminou em 2015 e nesse mesmo ano registou infiltrações, tendo levado o anterior Governo, apoiado pelo PAICV, a solicitar duas consultadorias, cujos relatórios finais estão na posse do atual executivo, segundo a líder deste partido.
“O atual Governo tem na sua posse o relatório da consultadoria desde abril de 2016, logo após tomar posse. O que fez, com o relatório em mãos e em condições de apurar responsabilidades e tomar medidas? Absolutamente nada”, disse Janira Hopffer Almada.
Questionada sobre o que aconteceu aos responsáveis de situações como as enumeradas durante o seu discurso - barragens sem água, estradas onde não se circula e casas construídas e vazias -, Eunice Silva disse que “são factos que existem” e alguns “foram levados para as instâncias judiciais próprias”.
Com Lusa
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