A derrota do líder histórico do MpD, Carlos Veiga, nas eleições presidenciais de 17 de outubro, começou já a produzir vítimas no seio do governo. Fontes de Santiago Magazine dão como certo o pedido de demissão do ministro do Mar, Paulo Veiga, com efeitos imediatos.
Depois de dois artigos do deputado, Emanuel Barbosa, publicados no facebook - e que este jornal partilhou com os seus leitores - acusando o MpD e o governo de Ulisses Correia e Silva de serem os principais responsáveis pela derrota de Carlos Veiga, nas eleições presidenciais do passado 17 de outubro, tudo indica que um novo episódio já surgiu no seio do rabentolas, e que, confirmando-se, acaba por testemunhar que efetivamente as coisas não andam bem pelas bandas do partido da atual maioria.
Paulo Veiga, primo do candidato derrotado, Carlos Veiga, foi diretor de campanha deste, e, dizem as nossas fontes, faz parte do rol dos militantes e dirigentes do MpD que estão descontentes com Ulisses Correia e Silva e o governo que dirige, a quem acusam de ter contribuído pelos maus resultados eleitorais daquele que foi o primeiro presidente dos "democratas".
A confirmar-se o pedido de demissão do ministro do Mar, confirma-se também a crise política e institucional que o MpD e o Governo estão a enfrentar, e que algumas personalidades bem identificadas têm estado a deixar escapar cá fora, em jeito de desabafo e comentários nas redes sociais.
A este propósito, uma fonte próxima do partido do governo confidenciou ao Santiago Magazine, que um grupo bem expressivo de militantes e dirigentes, entre os quais alguns deputados, terão “obrigado” Ulisses Correia e Silva a agendar uma reunião de emergência em que o principal ponto da ordem do dia é precisamente a análise dos resultados das eleições presidenciais e o seu impacto no partido.
Das parcas informações que cá fora têm chegado, nota-se que há uma onda de acusações mútuas entre os principais dirigentes do MpD, centralizadas sobretudo na pessoa do vice-primeiro ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, e do ministro da Solidariedade Social, Fernando Elísio Freire, tidos como principais responsáveis pela execução do Cadastro Social Único e demais apoios distribuídos ao eleitorado até 18 de abril passado, e que terão garantido a renovação do mandato da atual maioria nas eleições legislativas, na qual o MpD perdeu em todos os círculos eleitorais da diáspora onde o perdão das dividas de luz e água e os apoios sociais não se aplicam.
Os mais radicais, entre os quais despontam o deputado, Emanuel Barbosa, e o ex-presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, Pedro Alexandre Rocha, acreditam que se o governo tivesse agido de igual forma como agiu nas eleições legislativas, Carlos Veiga era hoje Presidente da República. Atitude que reputam como sendo traição de Ulisses Correia e Silva, e do Governo que lidera, para com o líder histórico do MpD.
(Em actualização)
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