...foram um conjunto de medidas e ações desastrosas que penalizaram fortemente a candidatura do Carlos Veiga. O Ulisses Correia e Silva, presidente do MpD e primeiro-ministro de Cabo Verde, assistiu a tudo isso impávido e sereno. Porque será? A base do MpD que queria Carlos Veiga deve tirar as suas ilações e ser consequente.
As eleições presidenciais pelas bandas do MpD, digamos, que foi uma tempestade.
O estranho é que parece ter sido uma tempestade organizada ao contrário do que acontece na natureza em que a tempestade aparece sem sabermos donde, como e nem porquê.
Porém, perguntamos a que propósito é que o MpD declara apoio político ao Carlos Veiga para depois o liquidar, naquela que seria a sua última hipótese de sair pela porta grande da política como o PAICV fez com o seu líder histórico, Pedro Pires.
Sim, liquidou a candidatura do Veiga através de medidas de políticas impopulares tomadas desabridamente e de forma injustificada durante a campanha eleitoral.
Qual a razão desta atuação que feriu de morte a candidatura do Carlos Veiga?
Estamos perante ministros/políticos ingénuos? Não creio.
Perante ministros políticos incompetentes? Também, não.
Perante ministros/políticos de má fé? Quiçá.
Perante ministros/políticos maquiavélicos que quiseram urdir a derrota do Veiga? Parece-me que sim.
Diria que alguns que subiram ao palco com ele discursando a seu favor trataram de o apunhalar pelas costas através de pronunciamentos à comunicação social anunciando os venenos que iam matar a candidatura do fundador do MpD.
Estas eleições nos sugerem que o MpD/governo as encarou de forma diversa de como encarou as legislativas. Nestas últimas houve um esforço titânico para não se perder as eleições. Perdoou-se dívidas de energia, entrou o cadastro social, socorreu-se quem estava com tetos a cair, etc, etc.
Agora nas presidenciais foi tudo de avesso: subida de energia, combustível e gaz, não pagamento aos jovens inquiridores do INE, subida galopante dos preços dos bens essenciais, anúncio despropositado do aumento do IVA, demora inadmissível no despacho de pequenas encomendas, atraso no pagamento dos doentes evacuados, etc, etc.
Sim, foram um conjunto de medidas e ações desastrosas que penalizaram fortemente a candidatura do Carlos Veiga.
O Ulisses Correia e Silva, presidente do MpD e primeiro-ministro de Cabo Verde, assistiu a tudo isso impávido e sereno. Porque será?
A base do MpD que queria Carlos Veiga deve tirar as suas ilações e ser consequente.
*Artigo original publicado pelo autor no facebook
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