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Governo continua “sem norte” na definição de uma política de transporte marítimo - UCID
Política

Governo continua “sem norte” na definição de uma política de transporte marítimo - UCID

O presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) disse hoje que o Governo continua “sem norte” na definição de uma política de transporte marítimo que sirva o País e os cidadãos “da melhor forma”.

Em conferência de imprensa, no Mindelo, em reacção ao aumento das tarifas de transporte marítimo de passageiros e cargas interilhas, cujo diploma legal entrou hoje em vigor, João Santos Luís completou que o momento “não é próprio” para actualização de tarifas de transporte marítimo de carga e passageiros interilhas.

“Os salários dos trabalhadores e o rendimento das famílias não estão sendo actualizados nem remediados como vem propalando o Governo, com a tripla crise que assola o país”, reforçou a mesma fonte, que diz não ter dúvidas de que as pessoas estão “cada vez mais pobres” e “milhares de cidadãos estão a enfrentar tremendas dificuldades”, inclusive de insegurança alimentar e nutricional.

Por isso, continuou, na segunda-feira, 17, ainda a UCID achava “impensável” que o Governo tomasse a medida de actualização de tarifas de transporte marítimo de carga e passageiros interilhas, derivado do momento por que passa a população, com um custo de vida “excessivamente elevado” e a “subida desenfreada” das taxas de importação pelo Governo, no ano de 2021

Conforme a mesma fonte, “com excepção” da linha São Vicente-Santo Antão-São Vicente “todas as restantes ligações interilhas” para transporte de cargas e passageiros têm um “serviço péssimo” e as reclamações das pessoas que vivem naquelas ilhas “são uma constante”.

O presidente da UCID disse ainda não entender que o Governo anuncie a assinatura de um novo contrato de concessão de transportes de passageiros e mercadorias interilhas, que deveria assinar primeiro, e só depois promover a medida de aumento das tarifas.

“Resolveu colocar a carroça à frente dos bois”, sintetizou a mesma fonte, que disse ainda não entender “o sinal” que o Governo dá na diferenciação de preços de passagens dos nacionais e não nacionais, o que poderá vir a “dar azo a muita polémica”, com “preços proibitivos” para o não nacional circular entre as ilhas.

A UCID quer ainda saber se com a actualização das tarifas o Governo vai continuar a subsidiar a empresa CV Interilhas com os actuais 600 mil contos anuais, conforme o estudo de viabilidade financeira apresentada inicialmente.

Conforme o despacho da actualização do preço das passagens do transporte marítimo de carga e de passageiro, publicado pelo Ministério do Mar no Boletim Oficial, e que entra hoje em vigor, a nova actualização indica um aumento de cerca de 20 por cento (%) no custo das passagens para os cidadãos cabo-verdianos e de 80% para estrangeiros.

No transporte de carga o aumento é de cerca de 17% e no transporte de mercadoria sem câmaras frigorificas e de animais vivos é de cerca de 20%.

Por exemplo, um passageiro que fará o percurso até 10 milhas náuticas pagará 920 escudos se for cidadão nacional e 1470 se for estrangeiro.

A partir de 11 milhas o preço sobe para 1.020 escudos nacionais e 1500 estrangeiros, se a distância for superior a 150 milhas o cidadão nacional deverá pagar 4.030 escudos e o estrangeiro 6.040 escudos.

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