Deputado do PAICV acusa Governo de “política de ilusão” em São Nicolau
Política

Deputado do PAICV acusa Governo de “política de ilusão” em São Nicolau

A acusação é de Hipólito Barreto, no balanço da visita ao círculo na ilha do Chiquinho. Transportes, expansão do porto, saúde, agricultura, agropecuária e energia estão na órbita das críticas do parlamentar eleito pelo círculo de São Nicolau, considerando que a ilha precisa de um Governo com “sentido de Estado”, que coloque “as pessoas e a população como centro de atenção”.     

O deputado do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) eleito pelo círculo de São Nicolau, Hipólito Barreto, acusa o Governo de Ulisses Correia e Silva de “política de ilusão” na ilha e "inação" frente a problemas cruciais que afetam o desenvolvimento socioeconómico local.

O parlamentar do PAICV falava à imprensa para fazer o balanço da visita ao círculo eleitoral e referiu ter constatado “preocupações profundas” que continuam sem resposta, avançando falhas graves do Governo nos transportes, expansão do porto, saúde, agricultura e agropecuária e energia

Hipólito Barreto destacou os transportes aéreos e marítimos com os maiores entreves ao progresso de São Nicolau, descrevendo-os como fatores que tem “causado enormes problemas para o desenvolvimento socioeconómico”.

Nesse sentido, o deputado criticou o que chamou de “política de ilusão” do Governo para com a população da ilha.

“Há sempre anúncios, propaganda e publicidade quanto a infraestruturas a serem construídas na ilha”, disse Hipólito Raposo, sublinhando estar a referir “à obra de expansão do porto do Tarrafal e, também, à construção da gare marítima, duas infraestruturas que são essenciais para o desenvolvimento da ilha”, frisou o deputado.

Passar dos discursos à prática

Para o parlamentar do PAICV, apesar dos discursos sobre o potencial da ilha, é preciso passar “do discurso para a prática” e que essas obras são “essenciais” para alavancar o turismo ecológico, de saúde, cultural e de lazer em São Nicolau.

No que respeita à saúde, Hipólito Barreto destacou que, embora a ilha registe “excelentes indicadores”, ainda existem desafios que merecem uma atenção e considerando ser necessário acelerar os passos para dar resposta àquilo que são as preocupações e as inquietações da população.

Entre os desafios, destacou a necessidade “urgente” de intervenção na Delegacia de Saúde da Ribeira Brava, construída em 1946, que já teve obras de requalificação, mas que, neste momento, precisa de mais uma intervenção urgente.

“Precisamos de médicos especialistas, todavia, neste momento, há uma parceria entre a Câmara, a Delegacia de Saúde, a clínica X-Eco e a Associação Soares, para dar resposta àquilo que são as preocupações. As evacuações também têm tido problema, quando é a evacuação à noite temos a Guarda Costeira, mas de dia ficamos dependentes da TACV”, destacou o parlamentar.

Referindo-se à agricultura, Hipólito Barreto acusou o Governo de “desinvestimento”, referindo o caso do Centro Agropecuário de Caleijão, fundamental para o apoio aos criadores e que teve a sua cedência revogada, forçando um jovem formado a sair da ilha.

São Nicolau precisa de um governo com sentido de Estado

O deputado do PAICV manifestou, ainda, preocupação com as famílias afetadas pela tempestade de 11 de agosto, salientando que aguardam com muita expectativa o Fundo Nacional de Emergência, que já deveria estar disponível, mas que, infelizmente, ainda não chegou.

Hipólito Barreto criticou, também, a falta de investimento no setor de energia, nos últimos 10 anos, o que tem resultado em cortes, principalmente na zona leste. E avançou o caso da central de Alto Saco, que se encontra desativada e foi reativada, estando, contudo, a perturbar a saúde da população devido à poluição sonora e atmosférica.

O deputado do PAICV por São Nicolau deixou uma nota de esperança, ao defender que a ilha precisa de um Governo com “sentido de Estado”, que coloque “as pessoas e a população como centro de atenção” a partir de 2026.

C/Inforpress
Foto: RTC             

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Redação

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