Antiga mulher de Nélson Mandela e activista contra o regime do Apartheid tinha 81 anos. A notícia foi avançada pela Sky News que cita a sua assistente pessoal, Zodwa Zwane.
Winnie Madikizela Mandela foi casada com Nelson Mandela por 38 anos e uma activista anti-apartheid, sendo um dos rostos da consciência negra de todos os tempos.
Nascida a 26 de Setembro de 1936, no Cabo Oriental, antigamente conhecido por Transkei, Winnie casou-se com Mandela em 1958, com quem teve duas filhas, Zenani Mandela e Zindzi Mandela e do qual se divorciou em 1996.
Seu nome original em xossa era Nomzamo (aquela que tenta), havendo nascido na pequena aldeia de Mbongueni, em Bizana, na província de Cabo Oriental (à época o bantustão de Transquei). Quarta de oito filhos de Columbus, ministro de Florestas e Agricultura do governo do bantustão natal, e da professora Nomathamsanqa Mzaidume (de nome ocidental Gertrude), que morreu quando Winnie tinha oito anos.
Fez os estudos elementares em Bizana e, dali, ingressou na Shawbury High School. Em 1953 mudou-se para Joanesburgo onde foi admitida na Jan Hofmeyr School of Social Work, onde formou-se dois anos depois, ocasião em que recusa uma bolsa nos EUA, optando por trabalhar num hospital para negros da capital.
Durante seu trabalho realizou uma pesquisa de mortalidade infantil no subúrbio de Alexandra, o que a levou a interessar-se pela política, envolvendo-se com o Congresso Nacional Africano.
Em 1957, conhece Nelson Mandela, que então respondia ao Julgamento por Traição, e se casam a 19 de Junho de 1958, passando ambos a morar no subúrbio pobre de Soweto.
Teve suas filhas Zenani (1959) e Zinzi (1960).
Em 1976, durante as revoltas juvenis, criou a Federação das Mulheres Negras e a Associação dos Pais Negros, ambas afiliadas ao Movimento da Consciência Negra - organização que rejeitava todos os valores brancos e adotava uma visão positiva da cultura negra; este envolvimento levou-a a nova prisão, em 1977, e seu banimento para o Estado Livre de Orange.
Retornando em 1986, sua oposição ao regime passou a incluir métodos de castigo aos dissidentes, como uso do "colar bárbaro", que consistia em colocar um pneu ao pescoço da vítima e, com gasolina, atear fogo. Criou, ainda, uma milícia particular, travestida de equipe de futebol (o Mandela United Football Club), o que aumentou seu distanciamento dos demais militantes anti-apartheid, em 1988.
Quando da libertação de Mandela, em 11 de fevereiro de 1990, Winnie ainda apareceu ao seu lado, como a "mama" da luta contra o regime - mas dois anos depois se divorciaram.
Após isto ela transformou sua casa em Orlando num museu, e adotou o sobrenome de Madikizela-Mandela. Desde 1991 sua vida enfrentou diversas polêmicas, sendo então banida do CNA e outras instituições, quando foi acusada da morte de um jovem militante, que suspeitava ser informante da polícia. Condenada no ano seguinte, teve a prisão comutada em multa; apesar disto, em 1993 retornou ao cenário político, sendo eleita presidenta da Liga das Mulheres do CNA, cargo que ocupou até 2003. Durante o governo do ex-marido Winnie ocupou o cargo de Ministra das Artes, Cultura, Ciência e Tecnologia (1994), mas foi demitida sob alegação de malversação financeira, em 1994.
Em 2001 foi acusada de dezenas de crimes, sendo considerada culpada por 43 acusações de fraude e 25 de roubo, condenada a cinco anos de prisão; recorrendo, em 2004 foi absolvida das acusações de roubo, mas não das de fraude, e teve suspensa a pena de três anos e seis meses de cadeia. Em 2003 renunciara à presidência da Liga das Mulheres, mas foi eleita para o Comitê Executivo Nacional do CNA, na sua 52ª Conferência (2009).
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