Dois dias depois do anúncio do processo de destituição, o presidente do Zimbabwe renunciou ao poder, em carta dirigida ao Parlamento. Na próxima sexta-feira, 25, Emmerson Mnangagwa deverá ser instituído como novo presidente da república.
Espera-se para esta quarta-feira ,22, o regresso ao país do ex vice-presidente, Emmerson Mnangagwa, que deverá assumir o poder.
Mnangagwa encontra-se na Africa do Sul, desde o início da crise política, desencadeada pela sua demissão.
A renúncia Mugabe fez o Parlamento suspender o processo de “impeachment”, anunciado pelo partido que sustenta o governo, a Zanu-PF. O partido acusa o presidente de má conduta grave e violação à constituição, por ter deixado a primeira-dama Grace Mugabe “usurpar” o poder.
Recorde-se que Robert Mugabe foi detido pelos militares, depois de demissão de Mnangagwa.
Crise no Zimbabwe. Parlamento vai votar a destituição de Mugabe
As Forças Armadas, o partido e a população vêm exigindo nos últimos dias a sua resignação, para uma transição de poder no país.
A renúncia de Mugabe é recebida com expectativa pela comunidade internacional, que entende que a mudança no poder pode ser uma oportunidade para a introdução de melhorias no país, principalmente no que diz respeito à observância dos Direitos Humanos.
Aos 93 anos Mugabe é o líder africano há mais tempo no Poder. O seu mandato perdura há 37 anos.
Quem é Emmerson Mnangagwa?
Vozes críticas temem, porém, que não haja uma mudança efectiva, a julgar pelo perfil do próximo Chefe de Estado.
Combatente pela independência ao lado de Mugabe, Emmerson Mnangagwa foi vice-presidente do Zimbabwe.
No Zimbabwe é apelidado de "crocodilo" pelos círculos de poder, que lhe atribuem uma forte perspicácia política. Enquanto Ministro da Segurança teve também tutela directa dos serviços secretos do país durante a guerra civil do Zimbabwe, o que lhe valeu acusações de envolvimento em de crimes contra os direitos humanos.
Com o suporte do partido e das Forças Armadas, Emmerson Mnangagwa deverá substituir Mugabe na condução dos destinos do país.
Uma transição aguardada com expectactiva pela comunidade local e internacional que reclamam para o Zimbabwe mudanças políticas, económicas e sociais.
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