O Irão e a Venezuela anunciaram hoje estarem a finalizar um plano de cooperação estratégica para os próximos 20 anos, que deverá ser assinado até ao fim do ano, mas sem adiantarem pormenores sobre objetivos concretos.
“Estamos a falar de um plano a 20 anos, que será certamente um instrumento poderoso para construir a relação profunda que os nossos países e povos merecem”, disse o primeiro-ministro venezuelano, Félix Plasencia, durante uma conferência conjunta com o seu homólogo iraniano, Hossein Amir Abdolahian.
O político venezuelano, que está a realizar uma visita a Teerão, explicou que o projeto de “aliança estratégica profunda” poderá ser assinado antes do fim do ano, na capital iraniana.
Abdolahian adiantou, por seu lado, que o Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, irá ao Irão para a assinatura do acordo.
“Tudo isto é uma confirmação de que as relações entre os dois países estão a seguir um caminho de crescimento”, sublinhou Abdolahian.
Os dois ministros não avançaram, no entanto, mais pormenores sobre o futuro acordo de cooperação estratégica.
Plasencia chegou hoje a Teerão, naquela que é a sua primeira visita oficial àquele país, tendo sido recebido pelo novo Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, e descrito o Estado persa como um “aliado estratégico, próximo e importante para o povo venezuelano”.
O ministro venezuelano aproveitou a presença num país considerado inimigo dos Estados Unidos para voltar a atacar Washington pela extradição do empresário colombiano Álex Saab, acusado do crime de lavagem de dinheiro.
Plasencia, que se referiu ao empresário como um diplomata do Governo venezuelano, descreveu a decisão dos Estados Unidos como “um sequestro”, uma “violação dos direitos e da soberania da Venezuela” e uma forma “de ofensa” ao povo venezuelano.
Abdolahian mostrou o seu apoio ao seu homólogo latino-americano nesta questão.
“Consideramos a recente detenção de um diplomata venezuelano em Cabo Verde e a sua extradição para os Estados Unidos como um ato de pirataria e um atentado à soberania venezuelana”, disse o ministro iraniano.
O Irão é um dos principais aliados do Governo de Nicolas Maduro, sendo que os laços entre os dois países foram fortalecidos ao longo de 2020, quando a Venezuela sofreu uma grande escassez de gasolina e conseguiu apenas comprar combustível ao Irão.
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