As 20 maiores potências mundiais reunem-se hoje e amanhã em Hamburgo (Alemanha) para mais uma cimeira do G20, entre desacordos e tensões.
Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos e a União Europeia reunem-se nos próximos dois dias para debater as grandes questões mundiais.
Os temas quentes e os pontos de discórdia são mais do que muitos. As posições da União Europeia e dos Estados Unidos divergem em temas cruciais como as alterações climáticas e os acordos do comércio livre.
A crise migratória é outra questão importante, quando ainda se busca um consenso na divisão das reponsabilidades no acolhimento dos refugiados e emigrantes ilegais.
O Brexit também será, sem dúvida, outro incontornável ponto da agenda.
Donald Trump, o anti-consensos
Donald Trump é o estreante mais aguardado e leva na bagagem vários temas polémicos. A começar pela sua posição contra os acordos climáticos, reforçada depois do anúncio de abandono do acordo de Paris.
No ponto migrações Trump é também uma voz dissonante, tendo em conta a anunciada construção do muro entre os EUA e o México e a entrada em vigor das restrições de circulação para seis países muçulmanos.
Quando à prerrogativa do comércio livre a posição do presidente norte-americano é já subejamente conhecida. O proteccionismo foi uma das fortes bandeiras da sua campanha presidencial.
Encontros paralelos
À margem da cimeira já estão previstos vários encontros bilaterais entre os chefes de estados de vários países partecipantes.
O mais aguardado é certamente o frente à frente entre Donald Trump e Vladimir Putin. As suspeitas de ingerência da Rússia nas eleições presidenciais americanas que elegeram Trump, as posições divergentes dos dois países quanto à forma de gerir os ensaios nucleares da Correia do Norte e as divergências quanto guerras da ukrania e da síria são outros pontos a pesar sobre este frente à frente.
Donal Trump terá ainda encontros bilaterais com a chanceler alemã, Angela Merkel, a chefe do governo britânico, Theresa May, e os presidentes do Japão, da China e da Coreia do Sul.
Protestos
Nas ruas de Hamburgo os protestos prosseguem, como já é habitual durante os encontros do G20. Vários episódios violentos já tiveram lugar com carros incendiados e lançamento de coquetéis molotov.
Sob o slogan "Bem-vindos ao inferno", os protestantes reclamam contra o facto de alguns países decidirem o futuro do planeta e enfrentam a polícia nas ruas.
Cerca de 20 mil agentes da ordem estão a postos e espera-se mais de 50 mil manifestantes durante a cimeira.
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