Após o Senado ter chumbado orçamento, resultante da falta de consenso entre democratas e republicanos, a máquina federal fica seriamente prejudicada, colocando em risco os salários de 750 mil funcionários que serão suspensos temporariamente.
O governo dos Estados Unidos da América (EUA) está a enfrentar uma paralisação parcial das suas operações após o fracasso no Senado, onde viu reprovado o seu orçamento fiscal, devido à falta de consenso entre democratas e republicanos.
A votação, realizada ontem, resultou em 55 votos a favor e 45 contra, não atingindo o limite de 60 votos necessário para avançar na aprovação do pacote de financiamento.
Primeira paralisação federal em sete anos
É a primeira vez, em sete anos, que se assinala uma paralisação federal, resultante de uma profunda divisão partidária que impede a continuidade das funções do governo. A discordância se concentra na inclusão de subsídios adicionais para assistência médica, exigidos pelos democratas, em oposição à posição republicana, que quer abordar este assunto separadamente.
Durante as negociações, os republicanos conseguiram reunir apenas dois votos democratas, enquanto que os democratas ficaram aquém dos 13 votos necessários para apoiar sua proposta alternativa. A falta de acordo força a suspensão ou o adiamento de diversos serviços públicos, afetando diretamente agências federais, programas sociais e operações administrativas. Tal paralisação inclui a suspensão temporária de aproximadamente 750.000 funcionários federais, alguns dos quais poderão ser demitidos se a situação persistir.
Embora áreas críticas como segurança interna, forças armadas, aeroportos e previdência social permaneçam em operação, os trabalhadores desses setores não receberão seus salários até que um novo orçamento seja aprovado.
O presidente da instabilidade
Durante o primeiro mandato de Donald Trump já se havia registado uma paralisação, quando o Congresso bloqueou 5,7 bilhões de dólares em financiamento para a construção do muro na fronteira entre os EUA e o México.
Antes da votação de ontem, Trump havia alertado para demissões em massa: “Vamos demitir muitas pessoas” e “serão democratas”, ameaçou o inquilino da Casa Branca, expressando o clima de confronto político inaugurado pelas suas administrações.
Os meios de comunicação norte-americanos confirmaram que não há sinais de abertura ao diálogo entre as bancadas, e observadores sedeados em Washington consideram, maioritariamente, que Donald Trump é “o presidente da instabilidade”, cuja “postura autoritária é incapaz de criar pontes” com pessoas que pensam diferente.
C/Opera Mundi
Foto: Captura de imagem
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