Um homem no leste da China contraiu o que pode ser o primeiro caso humano da estirpe H10N3 da gripe das aves, mas o risco de contágio em larga escala é baixo, afirmou o Governo chinês. Entretanto, especialistas garantem que os vírus que causam gripe nas aves têm uma grande capacidade de se modificar, adaptar-se a mamíferos e até saltar para humanos.
O homem, de 41 anos, na província de Jiangsu, noroeste de Xangai, foi hospitalizado em finais de Abril e encontra-se estável, anunciou a Comissão Nacional de Saúde no seu ‘site’ na internet. Mais nenhum caso humano de H10N3 foi reportado em lugar algum, segundo a mesma fonte.
Esta infeção é uma transmissão acidental entre espécies”, de acordo com o comunicado publicado, no qual se refere: “O risco de transmissão em larga escala é baixo”. O paciente melhorou até alcançar os requisitos para lhe ser dada alta, acrescentou a comissão.
As autoridades acompanharam todos os contactos e não encontraram “anomalias”.
De acordo com os peritos trata-se de um caso isolado. Este vírus não tem capacidade para infetar de forma efetiva os humanos.
A comissão apelou aos cidadãos para evitarem o contacto com aves mortas no dia a dia e a não se aproximarem sequer dos animais vivos, bem como a cuidarem da higiene alimentar e a recorrerem ao médico se tiverem sintomas de febre ou problemas respiratórios.
Já no mês de Maio, a ministra da agricultura da China tinha confirmado um surto da gripe das aves (H5N8) num bando de pássaros selvagens que estava a preocupar os cientistas.
Mas, segundo especialistas citados pelo Observador, os vírus que causam gripe nas aves têm uma grande capacidade de se modificar, adaptar-se a mamíferos e até saltar para humanos.
Em 40 anos, até 2018, este vírus só tinha sido identificado em 160 casos. É considerado um vírus de baixa patogenicidade (baixo risco de causar doença ou de causar doença grave nas aves) e com probabilidade reduzida de se disseminar, escreve a Reuters. No entanto, nunca antes tinha sido detetado em humanos.
Não haverá, por enquanto, razão para alarme porque não foi demonstrado que o vírus possa ser transmitido entre humanos, disse Yang Zhanqiu, vice-diretor do Departamento de Biologia Patogénica da Universidade de Wuhan, citado pelo Global Times.
A província de Jiangsu, onde foi detetado o caso, foi aconselhada a tomar medidas de prevenção e controlo de epidemias, como colocar os contactos próximos do homem de 41 anos sob observação. As autoridades de saúde recomendam também que as pessoas evitem o contacto direto com aves vivas, mortas ou doentes.
* Com Observador e TVI24
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