A China manifestou apoio ao pedido da Palestina para aderir ao BRICS, expressando “satisfação” no acolhimento de parceiros com “ideias semelhantes”. Por sua vez, Moscovo já sinalizou que os palestinianos poderão iniciar a sua adesão, numa primeira fase, enquanto “observadores”.
O governo da China expressou o seu apoio na última sexta-feira, 26, ao pedido da Palestina para ingressar no BRICS, o bloco do Sul Global que promove o multilateralismo, a cooperação e o intercâmbio económico mutuamente benéfico entre Estados soberanos.
Durante uma conferência de imprensa coletiva, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, enfatizou que o seu país acolhe “com satisfação” a integração de novos parceiros que compartilham os mesmos princípios.
Uma ordem internacional mais justa
“A plataforma é amplamente reconhecida pelos países do Sul Global. Damos as boas-vindas a mais parceiros com ideias semelhantes para se juntarem à cooperação do BRICS e trabalharem, conjuntamente, por uma ordem internacional mais justa e equitativa”, disse o representante de Pequi.
Guo reiterou que o BRICS se consolidou como um espaço necessário para a coordenação entre mercados emergentes e países em desenvolvimento, além de se tornar um motor para a multipolaridade e a democratização das relações internacionais.
No mesmo dia em que a China manifestou o seu apoio à adesão, o embaixador da Autoridade Palestiniana em Moscovo, Abdel Hafiz Nofal, confirmou que o pedido de adesão foi formalmente apresentado. E apontou que, devido a certas limitações, como o status atual da Palestina, que ainda não é oficialmente reconhecida como um Estado, a sua participação poderia começar como a de país observador “até que as circunstâncias permitam uma adesão plena como membro”.
Um grupo em expansão
O grupo BRICS foi fundado em 2006 e originalmente era composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (daí a sigla). Em 2024, a aliança expandiu-se com a adesão de Egito, Etiópia, Irão, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita. Com a expansão, hoje em dia, o bloco representa quase metade da população mundial, mais de 40% da produção de petróleo bruto e cerca de um quarto do comércio internacional, sendo que o seu PIB (Produto Interno Bruto) é superior à média mundial, representando 40% da economia global.
Ademais, graças ao mecanismo BRICS+, países sujeitos a sanções unilaterais, como a Rússia, a China e o Irão, fortaleceram seus laços em cooperação comercial, económica, de segurança e estratégica.
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