Austrália e Japão declaram apoio a Estados Unidos após ataque a Irão
Outros Mundos

Austrália e Japão declaram apoio a Estados Unidos após ataque a Irão

A Austrália e o Japão declararam hoje apoio aos Estados Unidos após o ataque de sábado à noite a três instalações nucleares iranianas.

"O mundo concordou há muito tempo que não se pode permitir que o Irão obtenha uma arma nuclear. E nós apoiamos as medidas para o impedir", disse o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese em Camberra, em conferência de imprensa.

Albanese, cuja reação à entrada de Washington no conflito entre Israel e Irão chegou com um dia de atraso, acusou o Irão de "falhar repetidamente o cumprimento das suas obrigações internacionais" relativamente ao desenvolvimento do programa nuclear.

"A informação foi clara: o Irão procurou aumentar o nível" de enriquecimento de urânio, lamentou o primeiro-ministro australiano, garantindo que Camberra não quer "uma guerra em grande escala".

"Pedimos ao Irão que não tome mais nenhuma medida que possa desestabilizar a região", acrescentou Albanese.

Um porta-voz do Governo australiano apelou no domingo "ao diálogo e diplomacia" na região, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter confirmado que Washington atacou "com sucesso" as três principais instalações do programa nuclear iraniano - Isfahan, Natanz e Fordó.

A embaixada australiana em Teerão está encerrada desde sexta-feira, tendo o pessoal consular sido enviado para a região fronteiriça do Azerbaijão, para ajudar na retirada dos cidadãos australianos.

Também hoje o Governo japonês afirmou que a ação dos Estados Unidos no Irão "demonstra a sua determinação em atenuar a situação" e, ao mesmo tempo, evitar que Teerão adquira armas nucleares.

Em comunicado, o ministro japonês dos Negócios Estrangeiros, Takeshi Iwaya, manifestou a posição do Japão sobre o envolvimento de Washington no conflito Irão-Israel, depois de o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, ter evitado, no domingo, manifestar apoio ao bombardeamento norte-americano.

"O Japão considera que o mais importante é desanuviar a situação o mais rapidamente possível. Ao mesmo tempo, a aquisição de armas nucleares por parte do Irão deve ser impedida", afirmou o ministro japonês.

"No meio das circunstâncias extremamente difíceis que rodeiam a questão nuclear iraniana, os Estados Unidos têm procurado o diálogo de uma forma séria", sublinhou Iwaya.

O Japão, um país com escassos recursos energéticos, está fortemente dependente do Médio Oriente para o fornecimento de hidrocarbonetos.

Em consequência da escalada do conflito no Médio Oriente, o Governo japonês começou também, nos últimos dias, a retirar os cidadãos nipónicos e familiares que vivem no Irão e em Israel através de países terceiros.

 Cerca de 200 japoneses permanecem no Irão e outros mil residem em Israel, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Sete bombardeiros B-2 dos EUA lançaram bombas de 13.600 quilos sobre o Irão, numa operação que o Pentágono descreveu como o maior ataque aéreo da história, apelidado de "Martelo da meia-noite", que teve início às 17:00, hora de Washington (22:00 em Lisboa).

O ataque, que envolveu um total de mais de 125 aviões, contou com o apoio de submarinos norte-americanos.

Partilhe esta notícia

Comentários

  • Jorge Lopes, 24 de Jun de 2025

    O Japão devia deixar de ladrar como um chihuahua nervoso ao lado do dono americano — que late grosso, mas quem apanha é sempre o quintal alheio. Num conflito que envolve interesses energéticos, hegemonia e manipulação global, o apoio automático de Tóquio só revela servilismo estratégico, não liderança diplomática.

    Responder


  • AK, 23 de Jun de 2025

    O japão devia estar calado. Não conheço nenhum pais que tenha nos seus arsenais a Bomba Nuclear e que tenha sido bombardeado! As declarações geoestratégicas dos dois governos ficaram evidentes

    Responder


Comentar

Os comentários publicados são da inteira responsabilidade do utilizador que os escreve. Para garantir um espaço saudável e transparente, é necessário estar identificado.
O Santiago Magazine é de todos, mas cada um deve assumir a responsabilidade pelo que partilha. Dê a sua opinião, mas dê também a cara.
Inicie sessão ou registe-se para comentar.