Sim, a campanha do Kalú, para além dos supostos dinheiros da extrema-direita portuguesa e das obscuras lavagens, usa os recursos do Estado de Cabo Verde. Isto é corrupção. Quem assim age não tem os “mínimos olímpicos” para ser Presidente da República.
O Governo voltou esta segunda-feira, mais uma vez, a acusar o candidato José Maria Neves de “lançar suspeições” e fazer “declarações irresponsáveis” sobre o uso de recursos públicos para beneficiar o seu adversário Carlos Veiga na campanha eleitoral para a escolha do próximo Presidente da Republica.
No entanto, a veracidade das denúncias que o José Maria Neves, e também outros candidatos, vem fazendo está à vista de todos e só não vê quem não quer. Os exemplos que confirmam as manobras encapotadas do Governo para favorecer o seu candidato, são confirmados por factos que o Governo não pode refutar e muito menos desmentir.
Até há bem poucos dias, os cabo-verdianos estavam convencidos de que um dos motivos que podia justificar a deslocação do primeiro-ministro a São Tomé e Príncipe. numa altura em que o país está em plena campanha eleitoral, seria a sua participação, em representação de Cabo Verde, na cerimonia de posse do novo Presidente da Republica daquele país. Mas estavam enganados quem assim pensou, já que afinal a representação oficial do país naquela cerimonia esteve a cargo de uma outra delegação chefiada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, o que, de certeza, implicou à realização de novas despesas suportadas pelo erário público nacional.
Portanto, não há como negar que a deslocação de quase uma semana do chefe do Governo a São Tomé e Príncipe, à frente de uma numerosa comitiva, teve como principal objectivo fazer campanha a favor de Carlos Veiga junto dos cabo-verdianos naquele país para onde se viram forcados a ir trabalhar, como contratados e sabe-se por quem, nas roças dessas duas ilhas do Equador.
Tentar negar este e outras acções que estão a ser levadas a cabo para favorecer o candidato que agora mudou de nome para Kalú, mais não é do que uma tentativa, por sinal infrutífera, de passar um atestado de menoridade aos cabo-verdianos.
Sim, a campanha do Kalú, para além dos supostos dinheiros da extrema-direita portuguesa e das obscuras lavagens, usa os recursos do Estado de Cabo Verde. Isto é corrupção. Quem assim age não tem os “mínimos olímpicos” para ser Presidente da República.
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