Entrelinhas

Desesperado com os maus ventos que sopram de estudos de opinião mandados fazer pelo MPD, Ulisses Correia e Silva tenta esticar ao máximo o anúncio da marcação de data das próximas eleições autárquicas.

A intenção parece ser óbvia, Ulisses precisa de algum tempo para reduzir os danos da previsível tragédia eleitoral, que poderá tirar ao MPD a maioria das autarquias, nomeadamente, correndo o máximo de municípios e consequentes inaugurações de obras terminadas à pressa, bem como o lançamento de primeiras pedras, para dar um empurrãozinho aos candidatos ventoinha.

Ulisses em pré-campanha: o povo é que paga

Ou seja, entrando na pré-campanha com dinheiros públicos, transportes, alojamentos e alimentação, à custa dos bolsos dos cabo-verdianos!

Desse modo, Ulisses está a criar problemas à própria Comissão Nacional de Eleições, mas também às candidaturas, que ficam com um tempo mais reduzido para organizar todo o processo.

Este jogo de espera revela o despudor e falta de seriedade política do primeiro-ministro, e salienta o desespero da nomenclatura ventoinha face ao descalabro que se anuncia.

Sinais de alerta

A direção do MPD está em “alerta laranja” perante a possibilidade de Ulisses poder vir a ser o primeiro presidente do partido a falhar numas eleições autárquicas, tendo por consequência a perda de liderança da Associação Nacional dos Municípios Cabo-verdianos.

O “alerta laranja” ventoinha foi acionado quando perceberam que não irão recuperar nenhuma das câmaras perdidas em 2020, mas também porque Santa Catarina de Santiago, Santa Catarina do Fogo, São Lourenço dos Órgãos, possivelmente as duas câmaras de São Nicolau, eventualmente uma em Santo Antão e São Vicente são municípios praticamente dados como perdidos.