O estudo sobre a qualidade da democracia e da governação em Cabo Verde concluiu que apenas 40 por cento (%) dos cabo-verdianos confiam no Presidente da República e 31% no primeiro-ministro.
Cerca de 24% consideram o chefe do Governo e o seu gabinete “corruptos”.
Apresentado esta manhã na cidade da Praia, pelo director-geral da Afrosondagem o inquérito analisou a confiança nas instituições, o desempenho do Governo e de diferentes instituições no país, os principais problemas, as percepções dos cabo-verdianos sobre as relações entre o Presidente da República e o Chefe do Governo.
Os dados foram recolhidos de 27 de Agosto a 10 de Setembro, foram entrevistados 1.200 indivíduos adultos com mais de 18 anos, com amostra representativa a nível nacional e por meio de residência e contém uma margem de erro de + ou – 3% e um intervalo de confiança de 95%.
O estudo revela que a queda na confiança e no desempenho das instituições entre 2022 a 2024 é evidente, tendo o Presidente da República e o primeiro-ministro registado reduções significativas em ambos os indicadores com a confiança caindo para 40% e 31%, respectivamente, e o desempenho para 55% a 47%.
O documento aponta uma queda generalizada nas instituições não eleitas, mas eleitas, como a Comissão Nacional das Eleições e das Forças Armadas que era das instituições que mais os cabo-verdianos confiam, passando de 74% para 54%, uma queda de cerca de 20 pontos percentuais.
Os cabo-verdianos avaliaram “negativamente” o desempenho do Governo em todas as áreas económicas e sociais.
Em relação às relações institucionais entre o Palácio Presidencial e o Chefe do Governo, 35% dos cabo-verdianos consideram que essa relação é muito tensa e 33% dizem que é normal.
Os dados indicam ainda que 46% dos cabo-verdianos dizem que ambos são responsáveis pela tensa relação, 26% atribuem essa responsabilidade única e exclusivamente a Ulisses Correia e Silva e apenas 16% culpabilizam José Maria Neves.
Cerca de 1/3 dos cabo-verdianos, 37%, consideram que o Governo está a fazer menos do que deveria para proteger as crianças contra abusos sexuais,
A polícia é o sector com maior percepção da corrupção, sendo que 27% dos cabo-verdianos acredita que a “maioria” ou “todos” estão envolvidos na corrupção.
Os cabo-verdianos avaliam a performance do Governo na luta contra a corrupção de “mal” ou “muito mal” aumentado “significativamente” de 43% em 2011 para 68% em 2024.
Os entrevistados indicam ainda que o desemprego, saúde, crime e segurança são os problemas mais importantes que o país enfrenta.
Na ocasião explicou que há falta de confiança dos cabo-verdianos está relacionada com os conflitos institucionais, queda do poder de compra, condições de vida dos cabo-verdianos sendo que dois a três cabo-verdianos consideram que o país está na direcção errada.
O estudo foi realizado nas ilhas de Santiago, São Vicente, Santo Antão e Fogo que representam mais de 85% da população cabo-verdiana.
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