Se…
Sem reticências nem metáforas.
Se a grande muralha que tem a expessura da minha determinação e que se ergue de um extremo ao outro, em comprimento e altura, se pudesse dissolver ao toque da mão boa. Se essa mão existisse e se alongasse quando as asas dos anjos roçam a minha pele, então, toda a gramática e as regras seriam um amontoado de grilhões prontos a fundirem-se no fogo da Luz divina. A expressão seria total e inteligível fora do sacrário do meu ser.
Então, o portal que o mal tornou invisível seria concreto na minha vontade, sólido na liberdade que não existe no mundo, mostrando tudo o que o Senhor me mostrou. As minhas asas de fantasia deixariam as costas dos anjos para não mais ser um segredo. As minhas asas seriam mais do que um mito se pudessem unir-se ao coração que pulsa na minha carne.
Se a mentira não se tivesse tornado verdade, as taças tombariam sobre as nuvens derramando maravilhas sobre a terra enquanto o Amor sobrevoava a Natureza para pousar nas águas que podemos beber.
Se… o horror não ecoasse nas ruas da cidade. Se a fome não tivesse tomado os espirítos como um vampiro e o homem se pudesse arrepender, os jardins não teriam sido encerrados para sempre. A música que se compõe na minha devoção a Jesus poderia ouvir-se e eu seria eu aos olhos dos homens. Não guardaria os segredos como um carcereiro zeloso para que a destruição nunca conheça a plenitude do que para mim é maravilhoso. As alamedas da minha arte seriam visiveis até ao lago no cume da montanha.
Se aqui não fosse apenas uma mulher condenada que não está interessada na sentença injusta do mundo, erguendo a muralha pedra a pedra, Helena escreveria sobre as coisas ocultas. Se a culpa não fosse apenas uma conspiração que não penetra a minha pele. Se a realidade não fosse uma mentira. Se as religiões não fossem comércios. Se os predadores não fossem abomináveis no exercício da sua vontade. Se a manipulação e a ganância não fossem um fanático insistente a procurar o portal invisível, os homens deixariam de ser um Se. Sem reticências, ela gritaria que é tudo mentira, que só o que está para além da muralha é verdade. Só o que o Grande Arquitecto revela é verdade, o principe é rei da mentira e o mundo é o seu recreio.
O conhecimento é um organismo vivo. Viaja por Amor ao Santissimo Nome de Jesús, singular mas nunca só, sério mas sempre feliz porque o Senhor é o Rei da Glória que mantém as rosas invisíveis. O Senhor é Mestre e Pastor, perfeito e infinito na sua benignidade. Tece a felicidade com um sopro que penetra nos meus ossos. Sorri no brilho do Sol, oferecendo o Pai Celeste que nutre a vida. Ama-nos dentro de nós pousando a sua mão no nosso rosto. E, antes de existirmos, já Ele nos ama pois escreveu o seu plano para nos ensinar. Também enviou o anjo para nos entregar a espada e calar. Assim, o mal nunca nos poderá tragar até que se cumpra o que foi escrito por Ele e selado pelo Cordeiro.
O que podem os homens senão ser irmãos? O que pode a maldade perante o Amor? O que pode a tribulação face à inocência da nossa imperfeição se estamos com Jesus Cristo? Esperemos no Senhor pois Ele é o nosso verdadeiro e único Pai, o único Deus.
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