O vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, reconheceu hoje, na Cidade da Praia, que há tendência para o crescimento da dívida pública, contrariamente à evolução verificada de 2016 a 2019.
A afirmação foi feita no Parlamento quando respondia às perguntas dos deputados, justificando que o Estado precisou de recorrer a endividamento para fazer face às consequências económicas e sociais da covid-19.
Neste particular, o também ministro das Finanças disse que o Governo teve que tomar medidas para fazer face aos “efeitos fundamentais”, nomeadamente, o aumento da dívida nominal e a redução do Produto Interno Bruto (PIB) nominal.
Essa redução, segundo o governante, foi feita em função da recessão económica vivida em 2020 “que, seguramente, vai percorrer um período importante em 2021”.
“Esperemos que com a chegada da vacina contra a covid-19, e com as medidas tomadas, poderemos iniciar uma recuperação lenta, ainda este ano, e que no próximo possamos recuperar a demanda do crescimento económico para reiniciar o processo de retoma em relação ao decréscimo da dívida pública”, apontou.
Para Olavo Correia esse decréscimo da dívida pública vai depender da evolução epidemiológica e da dinâmica da evolução económica do País.
“Em função disso vamos procurar uma estratégia que possa permitir a retoma da trajectória da redução da dívida pública nos próximos anos”, esclareceu.
De acordo com o Boletim da Dívida Pública referente ao segundo trimestre de 2020, a dívida pública de Cabo Verde situou-se em 247.802,0 milhões de escudos, representando 134,9% do Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo o documento, registou-se um acréscimo de 16,0 pontos percentuais em relação ao stock/PIB do mesmo período do ano anterior, justificado pela queda do PIB e pelo aumento nominal da dívida, como consequência do impacto da crise económica provocada pela pandemia da covid-19.
Com Inforpress
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