O Presidente da República, José Maria Neves, apelou hoje para se adotar uma cultura de poupança e evitar o consumismo, tendo em conta a crise que o país enfrenta com a pandemia e três anos consecutivos de seca.
“O apelo que tenho repetido sempre e, dirigido às famílias, empresas, instituições, poder central e local, no sentido de termos mais parcimónia nos gastos, de adotar a cultura de poupança e evitar o consumismo”, pediu Maria Neves, na tomada de posse dos órgãos superiores da Sociedade Nacional da Cruz Vermelha de Cabo Verde, na cidade da Praia.
Segundo o chefe de Estado, em consequência do conflito armado na Ucrânia, todas as previsões apontam para o agravamento das dificuldades, em que o país se encontra com os três anos consecutivos de seca e com a pandemia de covid-19.
“Estes tempos difíceis aconselham à moderação nas reivindicações e a implementação de uma gestão criteriosa dos bens por parte de todos”, insistiu José Maria Neves, que é ao mesmo tempo presidente de honra da instituição humanitária.
Por isso, não deixou de fora a Cruz Vermelha de Cabo Verde (CVCV), que considera ter uma “responsabilidade acrescida” em gerir receitas que lhes são atribuídas, estas provenientes de concessão de jogos sociais.
O Presidente da República ainda destacou Cabo Verde como sendo um “oásis de paz” por desconhecer as consequências “nefastas” de uma guerra, mas que “não está livre de outras emergências relacionadas com catástrofes naturais”.
“Cabo Verde está exposto a condições bastantes adversas e uma variedade de riscos naturais, porém, muitas vezes temos acreditado muito na sorte e descurado as medidas preventivas”, proferiu.
Para o Presidente cabo-verdiano, a CVCV deve agir com espírito de abertura à sociedade para acolher os que querem participar, e sempre com “princípios da transparência equidade, sustentabilidade e responsabilidade social”.
“A nova equipa dirigente da CVCV assume funções neste contexto global de dificuldades acrescidas e desafios ainda maiores”, lembrou o chefe de Estado.
O presidente da Cruz Vermelha de Cabo Verde, Arlindo Soares de Carvalho, disse que para as ações humanitárias da instituição nunca é demais solicitar apoios às instituições e personalidades nacionais.
“Sobretudo num quadro particularmente preocupante para o nosso país e para o mundo, com dimensão ao agravamento ainda desconhecida”, acrescentou o dirigente, eleito em novembro para um segundo mandato de quatro anos à frente da instituição humanitária em Cabo Verde.
José Maria Neves encorajou ainda a Cruz Vermelha, juntamente com outras instituições, a se “empenhar numa política nacional de prevenção de catástrofes”, dizendo que é preciso fazer “ecoar” a prática e normalizar os valores de humanidade, “imparcialidade, neutralidade, independência, voluntariado”.
“Estou certo de que se todos nós interiorizarmos estes princípios, e os praticarmos, podemos mudar o mundo e torná-lo melhor”, afirmou o Presidente cabo-verdiano.
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