A economia cabo-verdiana registou um crescimento em volume de 5,5 por cento (%) em 2018, depois de um abrandamento, em 2017, de 4,7 para 4,0%, indicou esta segunda-feira, 1 de julho, o Banco de Cabo Verde.
Segundo o relatório anual do Banco de Cabo Verde (BCV) enviado à Inforpress, a política orçamental de consolidação das receitas contribuiu para este registo que visa melhorou o ambiente de negócios, bem como a procura externa crescente.
O BCV avança que o contínuo fortalecimento da confiança dos agentes económicos, nomeadamente empresários, consumidores, contribuiu, igualmente, para o desempenho mais conseguido da economia nacional, numa conjuntura de aumento moderado de pressões inflacionistas e de redução líquida de empregos.
Entretanto, frisa que análises tecnicamente robustas mostram que o potencial de crescimento da economia está constrangido por níveis relativamente baixos da produtividade total dos factores.
O BCV aponta ainda o reforço da estabilidade macrofinanceira como condição necessária para garantir a sustentabilidade do crescimento económico, ajuntando que esta medida requer um contínuo esforço de redução de riscos na gestão das finanças públicas.
Esta condição, conforme o documento do Banco Central, poderá passar pela contenção das despesas obrigatórias, bem como de melhoria do balanço dos bancos e da eficácia dos mecanismos de transmissão monetária.
No que se refere a política monetária, prossegue o BCV, em 2018 traduziu-se numa gestão monetária ativa, com a emissão de títulos de intervenção monetária (TIM) a 180 dias, para a esterilização gradual da liquidez excedentária, e de títulos de regularização monetária (TRM) a 14 dias, para a sinalização da orientação da política monetária.
A oferta monetária expressa pelo agregado registou, em 2018, uma desaceleração do crescimento de 6,6 para 1,7%, reflexo, em grande medida, da diminuição dos activos externos dos bancos comerciais e da desaceleração do crescimento do crédito ao sector privado dos 6,8% observados em 2017 para 1,9%.
No concernente a política de créditos dos bancos, de acordo com os resultados dos inquéritos realizados em 2018, refere o documento, em termos médios globais face a 2017, registou-se uma redução muito ligeira da restritividade dos critérios de aprovação de empréstimos de curto e longo prazos a empresas.
As contas públicas melhoraram em 2018, tendo o défice global reduzido de 3,1 para 2,6% do PIB. O melhor desempenho das contas públicas ficou a dever-se à redução dos investimentos públicos e ao contínuo aumento das receitas fiscais.
O sector do turismo teve um contributo positivo para o desempenho da economia nacional em 2018, não obstante a sua redução, reflexo da moderação da procura internacional e da diminuição dos preços turísticos em 0,4%.
O mercado de trabalho cabo-verdiano foi marcado, em 2018, pela redução das populações activa e empregada, de acordo com os resultados do Inquérito Múltiplo Objectivo Contínuo do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os preços no consumidor mantiveram, ao longo de 2018, o perfil ascendente iniciado em Janeiro de 2017, tendo a taxa de inflação média anual se fixado em 1,3% em Dezembro, 0,5 pontos percentuais acima do valor do período homólogo.
As contas externas melhoraram em 2018, determinando um aumento do stock das reservas internacionais líquidas do país na ordem dos oito milhões de euros, que passou a cobrir 5,6 meses das importações de bens e serviços do país.
Com Inforpress
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