17 personalidades, entre ex-governantes e antigos administradores da empresa, vão ser ouvidas, de hoje até o dia 2 Fevereiro, pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a gestão da TACV. Destaque para as sessões com João Pereira Silva, ex-PCA, e as audições das ministras no anterior Governo, Sara Lopes e Cristina Duarte.
Depois de numa primeira fase, em Novembro, terem sido ouvidos antigos gestores e governantes com a tutela da empresa do período inicial de actividade, as audições que hoje começam propõem-se auscultar responsáveis pela empresa num período mais recente.
De acordo com o mapa distribuído pelo parlamento, estão previstas audições de João Pereira da Silva, o último presidente do Conselho de Administração durante o governo do PAICV, bem como de Sara Lopes, a antiga ministra das Infraestruturas e Transportes do mesmo Executivo.
Na lista incluem-se ainda ex-ministros das Finanças, da Economia e dos Transportes, bem como antigos administradores da empresa durante as governações dos dois maiores partidos MpD e PAICV.
Prevista está também a auscultação pela comissão de responsáveis actuais e anteriores das empresas de aeroportos (ASA) e de ‘handling’ (CV Handling), além de elementos do Gabinete de Privatização da empresa.
Esta CPI foi criada em Julho, por proposta do partido que apoia o Governo, MpD, para averiguar os actos de gestão da TACV-Cabo Verde Airlines, antecipando uma outra proposta pelo PAICV.
A proposta apresentada pelo maior partido da oposição pretendia analisar o processo de reestruturação em curso da companhia aérea pública Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), bem como a cedência à companhia Binter CV das rotas aéreas domésticas.
O MpD, por seu lado, propôs a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para "apurar os atos de gestão dos TACV" desde 1975 [período durante o qual o PAICV esteve mais tempo no poder] e as suas implicações na actual situação de falência da companhia. Considerando que o objecto das duas comissões se sobrepunha, o MpD inviabilizou, através do voto, a proposta do PAICV.
Recorde-se que a companhia aérea nacional deixou de fazer voos domésticos entre as ilhas cabo-verdianas que, desde Agosto, passaram a ser assegurados pela Binter Cabo Verde, empresa em que o Estado cabo-verdiano deverá entrar com 49% do capital.
Paralelamente, o Governo assinou um acordo com o grupo Icelandair para a gestão da operação internacional da companhia e reestruturação da empresa com vista à sua privatização, sendo que nenhum dos acordos foi divulgado publicamente.
A companhia aérea pública cabo-verdiana acumula mais de 100 milhões de euros de passivo.
Com Lusa
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