O Banco de Cabo Verde projetou hoje um crescimento da economia cabo-verdiana entre 3,5% e 4,5% em 2018, num cenário de aumento do crédito e do investimento e melhorias da situação económica externa.
A edição de Abril do Relatório de Política Monetária do Banco de Cabo Verde, hoje divulgado, revê alta as projeções de crescimento até 4% da economia cabo-verdiana feitas em Setembro de 2017.
"Os efeitos desfasados de um crescimento maior que o antecipado do crédito à economia e o cenário de uma performance melhor que a perspetivada do contexto externo justificam uma atualização em alta das expectativas do crescimento económico para 2018", adianta o BCV.
"Uma significativa recuperação do investimento direto estrangeiro e um aumento mais acelerado das despesas orçamentais", são outros fatores apontados pelo Banco Central de Cabo Verde.
De acordo com o BCV, o crescimento de 2018 deverá ser sustentado "em larga medida" pela "formação bruta de capital fixo, traduzindo as expectativas de um crescimento mais acelerado tanto do investimento privado como do investimento público".
O consumo público deverá crescer a um ritmo mais acelerado, suportado pelo aumento da massa salarial e pelas perspetivas de maior aquisição de bens e serviços a terceiros, enquanto o consumo privado, depois de ter crescido em 2017 ao ritmo mais acelerado dos últimos 18 anos, deverá desacelerar.
O BCV projeta uma "contínua" redução das remessas dos emigrantes e o aumento da inflação média anual, que deverá situar-se no intervalo 1,75% a 2,75%, depois de em 2017 ter sido de 0,8%.
As exportações de bens e serviços deverão crescer a um ritmo menos acelerado, depois do "significativo aumento de 2017", adianta o BCV, prevendo "expectativas positivas quanto à dinâmica das exportações de transportes aéreos".
As importações de bens e serviços deverão crescer também a um ritmo menos acelerado, com a economia a manter as necessidades de financiamento.
Ainda assim, o BCV estima que será possível aumentar as reservas internacionais líquidas do país em 12 milhões de euros, passando a garantir 5,6 meses de importações de bens e serviços projetadas para 2018.
"Com o fortalecimento da economia, considerando o comportamento recente e os riscos à evolução das remessas e dos depósitos dos emigrantes […], a autoridade monetária deverá orientar-se por uma política prudente e neutra em 2018, na expectativa que as pressões inflacionistas e sobre as reservas internacionais líquidas permaneçam contidas", adianta o BCV.
A economia cabo-verdiana cresceu 3,9% em 2017, ligeiramente acima do ano anterior (3,8%), mas longe da previsão de 5,5% do Governo, segundo dados preliminares das contas nacionais anuais.
O crescimento do PIB registado aproxima-se das previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), que apontavam para 4%, e do Banco de Cabo Verde, que previu uma evolução da economia no intervalo entre 3% e 4%.
Em Janeiro, o FMI reviu em alta as previsões de crescimento para Cabo Verde em 2018, estimando uma expansão da economia na ordem dos 4,3% contra os 4,1% apontados anteriormente.
Com Lusa
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