BCV estuda investir em ouro e negociar com a moeda chinesa
Economia

BCV estuda investir em ouro e negociar com a moeda chinesa

O Banco de Cabo Verde está a estudar a possibilidade de ter reservas em ouro e moeda chinesa como saída para manter o nível de reservas externas que atingiu o máximo histórico de cerca de 700 milhões de euros.

A informação foi avançada pelo governador do BCV, João Serra, esclarecendo que o banco central quer ter para além dos activos em euros e em dólares, outras formas de ter rendimentos, sobretudo, numa conjuntura de alguma incerteza.

“O ouro actualmente é um activo de refúgio que está a rentabilizar um pouco mais do que os activos em euros e em dólares. Vamos também ver se será possível negociar com a moeda chinesa. Como sabem, a China tornou-se uma dos maiores potências mundiais e os activos chineses estão a render um pouco mais”, justificou.

João Serra, que falava aos jornalistas no final do primeiro encontro de gestão de reservas dos bancos centrais dos países de língua portuguesa, disse, entretanto, que o BCV vai continuar a ser um investidor com perfil conservador, não especulativo e não correndo qualquer tipo de risco, tendo em conta a função fundamental das reservas externas para a sobrevivência do próprio país enquanto um Estado soberano.

Neste momento, segundo governador, o país tem um estoque de reserva “muito confortável” que consegue garantir a paridade fixa do escudo face ao euro, a importação dos bens e serviços necessários e a possibilidade de regularizar, em devido tempo, os compromissos em termos de dívida externa, quer em dólares quer em euros.

“Cabo Verde agora está com nível de reservas recorde. Nunca teve tantas reservas como teve agora. Temos cerca de 700 milhões de euros e isso nos permite financiar cerca de seis meses das importações de bens e serviços, para além da regularização da dívida externa. De modo que estamos com uma situação relativamente confortável”, disse.

Contudo, João Serra adiantou que o país não pode “dormir à sombra da bananeira”, devendo continuar a acompanhar a evolução a nível interno e internacional.

O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, que presidiu a cerimónia de encerramento da reunião, congratulou-se com o nível das reservas externas alcançado neste momento, mas alertou para a necessidade da sua boa gestão.

"As taxas de juros são negativas hoje, o banco central tem o desafio de diversificar a carteira, aumentar um pouco o nível de risco para que possamos ter mais rentabilidade, mas manter sempre o valor da carteira, a liquidez para fazer face às responsabilidades que advém da gestão macro-económica”, sustentou.

Por ora, manifestou-se satisfeito com a gestão e volume das reservas, já que para Cabo Verde enquanto país aberto e com a paridade fixa com o euro é importante que tenha um volume de reservas necessário para fazer face às necessidades de importação e dar a garantia a todos que investem em Cabo Verde em como o país é estável previsível e confiável.

Com Inforpress

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