A educação financeira, visa moldar os nossos comportamentos, hábitos e atitudes em relação ao uso do dinheiro, ou ainda por outras palavras esta associada ás nossas capacidades de fazermos julgamentos bem informados, sobre o uso consciente dos nossos recursos (dinheiro) de forma a evitar o endividamento.
Sendo assim a educação como uma ferramenta que envolve mudanças de comportamentos é preciso um trabalho profundo para que no médio e longo prazo termos indivíduos cada vez mais conscientes e sensibilizados em relação ao uso do dinheiro de forma a não comprometerem a sua vida financeira e ter melhor qualidade de vida para toda a familia e para o país no geral.
Atualmente muitas famílias em Cabo Verde e no mundo tem a sua vida financeira comprometida por causa da crise e, também, pelas suas decisões erradas no uso do dinheiro. Muitas familias foram imprudentes e impacientes no uso do dinheiro. Muitas pessoas não conseguem fugir do convencional, seguem o que todo mundo faz, medo de ser diferente e, muitas vezes, demonstram vergonha em desempenhar determinadas atividades mesmo sendo remuneradas.
A educação financeira parece ser um importante instrumento para ajudar as famílias a adquirirem competências fundamentais para que possam ter a tal almejada prosperidade financeira.
Posso apontar as 5 (cinco) competências/pilares que geralmente são considerados fundamentais para a familia ter prosperidade financeira e melhorar a resiliência nesta crise. Quais sejam: Ganhar, Gastar, Poupar, Investir e Partilhar.
(Ganhar) Muitas vezes o problema das familias não está em saber gerir ou poupar dinheiro mas sim no tamanho do orçamento familiar, que geralmente é muito pouco. Por isso é importante a família buscar forma de aumentar o rendimento. Uma estratégia é desenvolver o espirito empreendedor na familia e aproveitar “talentos” familiares para ganhar mais dinheiro.
(Gastar) Mais importante de que ter a competência de ganhar, é saber como gastar o dinheiro. Para tanto a familia precisa diferenciar o "eu quero" do "eu preciso". Em situação de crise a familia deve racionalizar os gastos e esolher o que é necessário. Os desejos podem esperar mais um pouco. Ainda mais, neste clima de incertezas.
(Poupar) A familia deve adotar o hábito de poupar TODOS os recursos. Deve-se envolver todos os membros da familia no esforço de poupança.
(Investir) Além de poupar (que é uma condição necessária, porém, não suficiente), é preciso fazer a poupança render o máximo possível, para tanto a familia deve investir em ativos patrimoniais e evitar sempre que possivel os passivos. Convém clarificar que os ativos são todos os investimentos que fazemos e que nos coloca dinheiro no bolso. Isto é, geram mais dinheiro do que o que investimos nele (ex: Criação de animais, produção de doces, borados, Taxi/Hyace para aluguer, ações em empresas, depósito de poupança nos bancos, empresas, etc). Os passivos são “investimentos” que fazemos e que nos tira dinheiro do bolso. Isto é, nos deixa mais pobres, porque além de não gerarem rendimentos extras, consomem parte do rendimento familiar (ex: Manutenção da casa própria, combustível, peças, manutenção, seguros para o carro de passeio etc.).
(Partilhar) O ato de doar deve ser ensinado como parcela da responsabilidade social que cabe a cada um de nós. Todos devemos participar na solução de problemas comuns e ajudar os mais necessitados. Sempre que possivel a familia deve partilhar com outras mais carenciadas ou que estejam debilitadas por esta crise.
Acima de tudo, a Educação Financeira deve ensinar que a responsabilidade social e a ética precisam estar sempre presentes no ganho e uso do dinheiro. Principalmente em tempos de incerteza que muitas familias passam por privações.
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