“Bida piscador” é o título do primeiro single da cantora cabo-verdiana Teté Furtado, que já está disponível nas plataformas, e, nesta tabanca, género musical genuíno de Cabo Verde, a autora retrata a dura vida das gentes do mar.
“Eu nasci e criei perto do mar e, como observadora que sou, desde criança, quando saía da escola, sempre brincava à beira do porto, pelo que sempre via os pescadores a irem para o mar e as peixeiras. Isto é, acompanhava todas as suas rotinas. Tudo isso inspirou-me a compor esta música para retratar a vivência dessas pessoas”, declarou Teté Furtado.
Conforme explicou a cantora natural da Calheta de São Miguel, o seu primeiro single “Bida Piscador” foi produzido por Carlos n’Dú, tendo o videoclipe sido realizado pela produtora Midnight Motion/Barra Six. O videoclipe contou ainda com a colaboração de Agnélo Lopes e DJ Cabos na captação de imagens em Cabo Verde.
A música teve o financiamento do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, através do edital de promoção e resgate da música tradicional de Cabo Verde, programa que visa apoiar projetos musicais tradicionais do arquipélago com determinados padrões de qualidade.
Este financiamento é fruto da sua dedicação e um desafio pessoal em elevar o seu talento musical para um outro patamar, como sublinhou a artista, que submeteu ao concurso dois temas da sua autoria e ambos foram selecionados, pelo que hoje lança a música “Bida Piscador” e, posteriormente, “Pelada”.
Teté Furtado, que agora reside em Portugal, já atuou em alguns festivais em Cabo Verde, designadamente o Sete Sóis Sete Luas, Atlantic Music Expo e Noite Branca, bem como nas festividades do seu município com a sua primeira banda.
Começou nos coros da igreja em salmos e aleluia, saiu do embrião no Quintal da Música onde foi promovida pela chef Alia Santos, tendo também trabalhado e treinado com alguns músicos como Palinh Veira, Ivan Medina, Kaku Alves, Vadu Melício e tantos outros que a acompanharam na sua caminhada.
Em 2020 foi a vencedora do segundo prémio da Competição Internacional de vídeo Talentos Musicais Chineses (Chinese Bridge), na categoria vozes e, considerando a sua “excelente performance”, o comité organizador do evento convidou-a para participar no Report Concert Cloud do Chinese Bridge- Global Music.
Em Portugal, a jovem micaelense encontra-se “bem integrada”, como disse, e em estreita colaboração com músicos locais, nomeadamente, o percussionista Mick Trovoada e o guitarrista Djone Santos, que a tem acompanhado e coordenado nos processos de ensaios no Centro de Experimentação Artística do Município da Moita.
Neste município, deu-se a sua estreia em terras lusas, com algumas atuações, como foi o caso do Auditório Municipal Jorge Barbosa, Baixa da Banheira, num formato em trio, de onde foi convidada a participar nas Festas Multiculturais do Vale da Amoreira, nas quais partilhou o palco com o consagrado artista cabo-verdiano Grace Évora.
Teté Furtado, 29 anos, viveu e passou a sua infância e parte de juventude na cidade da Calheta de São Miguel.
É licenciada em Relações Internacionais e Diplomacia e uma amante da tradição, com muitas histórias a ser cantadas e dançadas para a geração 2000.
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