
O escritor cabo-verdiano Germano Almeida e a LeYa e chegaram a acordo para publicar o livro “Crime nas Correntes d’Escritas”, depois de terem concluído que os “visados estão confortáveis” com a edição, anunciou hoje o grupo editorial.
Em comunicado, o grupo editorial refere que, “depois de clarificada a situação, a editora considera que estão reunidas as condições para manter a publicação da obra”.
A empresa lembra que “o romance é uma paródia sobre um roubo no festival Correntes d'Escrita, na Póvoa de Varzim, recorrendo a personagens reais”, e que “face a ameaças de processo judicial recebidas pela LeYa de visados que se sentiram invadidos e agredidos pela forma como nele são tratados, e depois de consultados os advogados que confirmaram que o livro podia ser objeto de ação judicial, a LeYa optou por suspender a sua edição”.
Agora, “por considerarem que os visados no livro estão confortáveis com a sua publicação”, está aberto o caminho para a edição da obra, inicialmente prevista para fevereiro deste ano.
Citada no mesmo comunicado, a presidente executiva do grupo LeYa, Ana Rita Bessa, afirmou: “Quisemos proteger os nossos autores e a própria editora de uma possível litigância. Com a clarificação da situação, é com muito gosto que iremos prosseguir o trabalho de edição desenvolvido desde há dois anos e avançar com a publicação deste romance”.
Igualmente citado no comunicado do grupo editorial, o também Prémio Camões 2018 declarou: “A Caminho é a minha editora. Trabalhamos juntos há 32 anos e este romance contou com a colaboração do meu editor Zeferino Coelho, que sempre motivou a edição deste livro. Fico contente por termos ultrapassado a situação porque sei que, quer o Zeferino quer a Caminho, acreditam e apoiam esta minha obra”,
Há dias, o escritor cabo-verdiano Germano Almeida disse à Lusa que tinha abandonado a editorial Caminho, queixando-se de “prepotência” da administração do grupo LeYa ao travar a publicação do seu último livro com uma "invenção", sem o ouvir.
Na mesma altura, Germano Almeida anunciou que iria publicar o livro em Cabo Verde, pela Ilhéu Editora, de que é sócio juntamente com a mulher e com Ana Cordeiro, esperando que o lançamento possa acontecer em breve.
Além de “Crime nas Correntes d’Escritas”, a Ilhéu prepara-se para publicar outra obra em que Ana Cordeiro surge como entrevistadora de Germano Almeida.
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Comentários
Silva Miranda, 17 de Mar de 2025
Apreciei o desassombro do Germano Almeida em abordar o assunto do criolo sem complexo e sem medo de desagradar a outros. Parece que há personagens que querem ir à frente, sem saber ler nem escrever nesta matéria. Agem emocionalmente. Porquê? Para tirarem partido? Vamos devagar -passo a passo.
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