Vejo distraidamente uma esquelética acácia florida, um vento desabrido e triste arrasta, arrasta …devagar folhas secas embrulhadas num redemoinho de um finíssimo pó, acastanhado, que voa para o infinito… tão azuis do mar e do céu, aberto, num dia primaveril de Março, Mu-lher e fértil da terra seca d’ilha. Parei de tanto olhar, tanto olhar … tão leve da luz desses azuis do mar e do céu d’ilha madrasta e Mu-lher do pão difícil, sol-a-sol, da terra seca. Observei dois casais de pardais no meio de um reflexo que irrompia do parapeito da janela da minha vizinha a galantear de contente enquanto uma pardaleja excitada, dava bicadas carregadas de ciúmes na flor amarelada da esquelética acácia. Pensei na fragilidade da vida dos pássaros e na hipótese de plantar árvore, árvore e… de um dia ser árvore com raízes inteligentes e profundas porque o nosso ciclo d’água não é igual a outros ciclos d’água. Lembrei-me do dia 27 de Março, Dia da Mulher Cabo-verdiana, e recordei de uma flor: malmequer e de poder desfolhá-la soletradamente, sí-la-ba-a-sí-la-ba, as pétalas do malmequer e que elas sejam rimadas sempre com o bem-me-quer para todas as mulheres cabo-verdianas. Também gostaria de oferecer canetas e multiplicá-las com o saber fazer em dias de festas. Globalmente cabo-verdiano.
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