Se o Sr. VPM chegou a dizer que o país tem dinheiro que não acaba mais e o Governo resolve pagar chorudos salários a uns tantos, parece legítimo que os sindicatos saiam às ruas com suas pautas cada vez mais extensas e com estratégias cada vez mais duras para poderem conseguir alcançar os seus objetivos. Afinal estamos num estado de direito democrático e diz samba brasileiro “quem não chora, não mama”!!!! Parabéns, senhores professores, a luta apenas começou e avante! Estamos juntos!!!
Os senhores professores saíram às ruas das ilhas de Santo Antão, São Vicente, São Nicolau, Sal, Boa Vista, Maio, Santiago e Fogo para se manifestarem a favor de uma série de pautas laborais justas e acumuladas de longos anos sem qualquer satisfação por parte do Ministério da Educação.
1. O Sr. Ministro erra o alvo de seu ataque ao enquadrar uma luta sindical no âmbito das disputas políticas eleitorais que se avizinham, nomeadamente, as eleições autárquicas.
2. Quanto às eleições autárquicas de 2024, o Sr. Ministro pode registar com um ano de antecedência que seu partido irá perdê-las, pela primeira vez, e em boa parte, por erros cometidos nas políticas de seu Ministério.
3. Ao tentar confrontar com os professores, o Sr. Ministro perde a batalha por que os professores representam o maior contingente de funcionários públicos, são qualificados, têm muita influência social e política, têm nas mãos quem decide as eleições – os jovens!!!!
4. Se na primeira rodada de manifestações, os sindicatos promotores conseguiram uma ampla adesão de professores de todas as ilhas (com exceção da querida ilha Brava), imagine quando todos os sindicatos aderirem à luta e quando utilizarem outras formas de pressão como paralisações e greves e quando os alunos e pais e encarregados de educação aderirem e apoiarem?!
5. A postura do Sr. Ministro da Educação perante a manifestação dos professores no sentido de desqualificar as suas reivindicações e relacioná-las com lutas políticas só lhe enfraquece políticamente a si e ao seu Governo!
6. Ao se posicionar desse jeito, o Sr. Ministro da Educação exclui toda a mínima possibilidade de negociação e acordo que poderia ser costurada com os sindicatos e dá argumentos e mais energias para continuarem e endurecerem as futuras batalhas com mais pressão, com mais adesões e mais força política para os sindicatos.
7. A propósito, Sr. Ministro, quem lhe disse que os sindicatos não podem fazer política? Os sindicatos e os sindicalistas são livres de escolherem a orientação política que desejarem, inclusive, serem apoiantes do partido do seu Governo.
8. O Ministério da Educação vai sofrer fortes pressões sindicais e eu apoio e me solidarizo plenamente com as lutas sindicais em prol de uma melhor educação, resolução das pendências dos direitos laborais dos professores, melhores condições de trabalho, enfim, sou a favor das pautas educacionais e parabenizo a iniciativa da manifestação dos professores no dia 18/10/23 pela adesão conseguida e pela firmeza e justeza dos propósitos e os incentivo a continuarem e a endurecerem as estratégias de lutas futuras com paralisações e greves.
9. O Governo de Ulisses Correia e Silva como não sabe escutar a voz das ruas, das redes sociais, pelo menos, quem sabe, virá a escutar o silêncio perturbador das paralisações e greves que podem começar por um setor específico de atividade e se alastrar e tomar conta de diferentes setores de atividade com prejuízos económicos e sociais! Um Governo reprovado por 57% dos eleitores segundo o afrobarometer!!!
10. Quem colocou o Governo de Ulisses Correia e Silva numa situação difícil neste momento foi seu Vice-Primeiro Ministro (VPM), Sr. Olavo Correia, ao permitir aqueles aumentos salariais escandalosos nos setores sob sua tutela e deixar o Ministro da Educação completamente sem argumentos para enfrentar a sanha dos sindicatos que apenas mostrou as garras.
11. O Governo resolveu abrir uma avenida larga para ser atacado, criticado, confrontado de todas as formas e por todos os lados, inclusive, por parte de seus aliados mais próximos e até de seus militantes e simpatizantes partidários.
12. O Governo esgotou todas as munições de argumentos políticos para a contenção salarial por causa de crises de maus anos agrícolas, guerras, inflação importada quando decidiu aumentar os salários com retroativos a janeiro de 2023 de categorias muitos bem escolhidas de funcionários e deixou os professores, médicos e enfermeiros, oficiais de justiça, polícias, guardas prisionais e outros funcionários públicos a verem navios!!!
Se o Sr. VPM chegou a dizer que o país tem dinheiro que não acaba mais e o Governo resolve pagar chorudos salários a uns tantos, parece legítimo que os sindicatos saiam às ruas com suas pautas cada vez mais extensas e com estratégias cada vez mais duras para poderem conseguir alcançar os seus objetivos. Afinal estamos num estado de direito democrático e diz samba brasileiro “quem não chora, não mama”!!!!
Parabéns, senhores professores, a luta apenas começou e avante! Estamos juntos!!!
Comentários