O Tribunal da Praia aplicou esta terça-feira, 14, Termo de Identidade e Residência (TIR) ao suposto agressor de Arnaldo Silva, no domingo dentro da sua casa. O antigo governante e ex-bastonário não esconde a sua insatisfação e vira as baterias contra o juiz. Silva diz-se inseguro e quer proteção policial.
Em declarações à Rádio de Cabo Verde, Arnaldo Silva mostrou-se indignado com a postura do juiz que decidiu aplicar, como medida de coação, o Termo de Identidade e Residência ao seu alegado agressor. Segundo Silva foi "uma irresponsabilidade do juiz" aplicar TIR a um individuo “que me queria matar”. "Esse rapaz é perigoso, tem cadastro mil, é violento, drogado e pode matar alguém a qualquer momento. Ainda há bocado me telefonaram a dizer que o viram a rondar a minha casa. Peço às autoridades que coloquem agentes à volta da minha casa para protecção, porque se esse individuo voltar a entrar em minha casa será um homem morto", adverte, em jeito de ameaça.
O ex-Bastonário e actual presidente da Assembleia Geral da Ordem dos Advogados considera, também, estranha a decisão desse Juiz, sobretudo por se tratar do mesmo magistrado “que permitiu e compactuou" com a sua detenção, no passado mês de Setembro."Se para um criminoso cadastrado esse juiz fixa TIR e para mim que não fiz nada ordena interdição de saída pergunto onde é que vamos parar? É preciso denunciar", desabafou.
Silva diz temer pela sua segurança, já que o seu suposto agressor é um individuo “criminoso cadastrado” e que ficou em liberdade, pelo que pede proteção policial a si e à sua família. Efectivamente, o seu suposto agressor foi aplicado apenas TIR, sem sequer uma distância mínima que doravante teria de manter da residência de Arnaldo Silva, dele próprio e da sua família, como seria expectável.
Arnaldo Silva foi agredido no domingo, por volta das 14h00, à porta da sua residência, no Palmarejo, por um indivíduo que se autodenomina de “satanás” e que teria a intenção de o matar dentro da sua residência. O homem, conhecido por Felisberto, teria entrado na residência "com pedras e uma faca ponto de mola". Abordou Arnaldo Silva directamente deferindo-lhe pedradas na cabeça que provocaram no advogado um ferimento de sete pontos, além de contusões noutras zonas do corpo. Segundo explicou, o seu filho e um cunhado que estavam na casa é que conseguiram impedir mal maior, separando Silva e o seu suposto agressor no chão. O homem pôs-se em fuga, enquanto Silva era conduzido ao Hospital Agostinho Neto.
Antes, em declarações ao jornal O País, Arnaldo Silva havia dito que fora vítima de um assalto. Agora, com a nova versão de "clara intenção para me matar", referida pelo advogado, que até denuncia a presença do suspeito a rondar a sua casa, o caso muda de figura. Aliás, o próprio já pediu protecção policial com receio de voltar a ser atacado pelo mesmo individuo.
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