O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) afirmou esta quinta-feira, 16 de maio, que apesar dos investimentos no sector da segurança, as ocorrências criminais em Cabo Verde, de um modo geral e ao longo dos anos, mantiveram tendência de crescimento.
Segundo o deputado João Baptista Pereira, a quem coube fazer a declaração política, o crescimento das ocorrências criminais é expressamente reconhecido em estudos abalizados de autoridades insuspeitas, designadamente pelo Instituto Nacional de Estatística, no estudo sobre Justiça e Segurança, realizado em 2015.
João Baptista Pereira disse que o MpD, aproveitando-se da conjuntura particular vivenciada em 2015, em que se registaram mais 2.434 ocorrências em relação a 2014, fez da segurança o seu cavalo de batalha durante a campanha para as eleições legislativas de 2016, o que, claramente, lhe rendeu importantes dividendos políticos.
Lembrou que este partido prometeu aos cabo-verdianos e assumiu no seu Programa de Governação “tolerância zero em relação à insegurança”.
“Hoje, volvidos mais de três anos após o início da actual legislatura, os cabo-verdianos já não têm qualquer ilusão que a propalada “tolerância zero em relação à insegurança” não passava, e não passa, de mera estratégia de marketing político para conquistar votos”, criticou o eleito do PAICV, citando como exemplo o desaparecimento de pessoas, crianças abuso sexual de memores, roubos e violência doméstica e os “Cash or Body (assalto ou violação) que “não são compatíveis com a segurança”.
Na reacção a deputada do Movimento para a Democracia (MpD, poder), Joana Rosa, afirmou que enquanto o PAICV continua a dar palmas, a ficar contente com alguns casos que têm acontecido recentemente o MpD e o Governo estão preocupados e têm estado a combater a criminalidade em todo o país.
Para a deputada, os perfis falsos que espalham ‘fake news’ no facebook sobre a insegurança é uma política do PAICV para alarmar as pessoas. Mas ressalvou que “a polícia hoje está mais motivada, tem mais meios, tem maior capacidade de combater o crime e é de longe incomparável com a polícia que o PAICV deixou”.
Por sua vez, o líder da União Cabo-verdiana (UCID), António Monteiro, sustentou que houve alguma melhoria dos meios da Polícia Nacional e a Polícia Judiciária e que se pode ter uma segurança melhor.
No entanto, chamou a atenção do Governo para levar ao parlamento uma lei para a base de dados do DNA, porque a falta deste suporte legal “não está a deixar a Polícia Judiciária a utilizar os exames de melhor forma possível”. Alertou ainda para as condições de trabalho, para a questão da diuturnidade e criticou que os policiais que participaram na greve em 2017 “foram castigados e não gozaram as suas férias”.
O ministro da Administração Interna (MAI), Paulo Rocha, garantiu que há um esforço no sentido de prevenir que esses factos criminais não aconteçam e que quando acontecerem, que se tenha uma Polícia Nacional e uma Polícia Judiciária “com capacidade para investigar, esclarecer e resolver”.
Com Inforpress
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