A primeira-dama Lígia Fonseca, criticou hoje os políticos pela falta de materiais escolares no País e por tornarem essa carência numa decisão política, enquanto que em nos outros países os alunos têm esse instrumento básico de ensino.
A análise foi feita esta terça-feira, 16, por Lígia Fonseca, durante a sua participação no encontro com os estudantes de todas as escolas secundárias na Praia, que decorre no liceu de Achada Grande Frente, onde lembrou que é um problema que se arrasta há vários anos, mas que parece haver uma “concertação” entre os políticos de que não é necessário resolver esse constrangimento.
“Estou a criticar os políticos, isto não é uma questão deste Ministério da Educação. Vocês que têm acompanhado as minhas intervenções sabem que eu falo da questão dos manuais há muitos anos e não vamos dizer que é uma questão deste ministério ou deste Governo, e a minha aflição é que isto seja uma decisão política, uma solução de todos os políticos de que os nossos jovens podem estudar sem os manuais”, apontou.
Segundo Lígia Fonseca, o PAICV já esteve no poder, e actualmente está o MpD e as questões dos manuais nunca mais se resolvem e os políticos não estão a perceber as necessidades que os jovens têm vindo a ter ao longo do tempo e que acentuaram muito mais.
No seu ponto de vistas, isto aumenta a descriminação entre os estudantes, sendo que os pais que têm capacidade e condições de ir a internet e fazer busca estão sempre em vantagem, enquanto que os outros com toda a “vontade e empenho na educação dos seus filhos estão em desvantagens”.
Para a primeira-dama de Cabo Verde, trata-se de um instrumento de uniformização mínimo de conhecimento para todas as crianças que existem em Portugal, Moçambique e Angola, mas que não existe em Cabo Verde, porque os políticos consideram que os alunos podem estudar sem os livros.
Lígia Fonseca questionou ainda o paradeiro da verba disponibilizada no ano passado pelo Governo à Fundação Cabo-verdiana de Acção Social e Escolar (Ficase) para a elaboração de manuais.
Por outro lado, desafiou os jovens estudantes a serem mais reivindicativos e incentivou-os a saírem às ruas para exigirem a resolução desses problemas
O encontro que decorreu sob o lema “Os estudantes na construção de uma sociedade libertando a imaginação e reinventando”, foi promovido pela Federação Cabo-verdiana das Associações Comunitárias para comemorar o Dia Internacional dos Estudantes, hoje, assinalado.
O Dia Mundial dos Estudantes, assinalado a 17 de Novembro lembra o sucedido de 1939, data em que um grupo de estudantes da antiga Checoslováquia lutou heroicamente contra as tropas nazis que atentavam contra a liberdade do povo deste país.
A data foi institucionalizada em Londres em 1941, pelo Conselho Internacional de Estudantes (a actual União Internacional de Estudantes), com delegados de 26 países, para uma celebração não política, mas sim multicultural.
Com Inforpress
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